terça-feira, maio 17, 2011

Tu é meu Lar

*( O Céu ilimitado é o limite do Universo de Dois ... Céu de CG captado para a poesia)


Lágrimas noturnas entregam meu leito
em teus fios dourados a me aquecerem

São gotas escorrendo da Alma
todo Oceano Infinito da desproporção
de nos Amarmos, gotejando até o embargar da voz


É um choro praiano da ressaca
dos olhos brilhantes escorregando
a corrente dos membros
para outro arrastar

Clara demonstração do não voltar para casa
ser igual a retornar no Tempo em outro corpo

onde o troco da revolta se desfaz e o coração é mais

É Tua Morada e Tu és meu Lar.

(Rafael Belo)

Às 23h58,11 de maio de 2011.

quarta-feira, maio 11, 2011

Vida da confusão entre sono e sonhos


*(O Louva-a-Deus observa atento da mesa do mundo quem serão os louvadores... Catei na sala da Uems CG)

 

Por Rafael Belo

É cômodo como nos deixamos levar pelo silêncio quando deveríamos falar e pela clausura quando deveríamos aproveitar a liberdade da vida. É como se desistíssemos e um fardo nos vestisse e resultasse sono pescador... Aquele sentimento alienígena toma conta e olhamos em volta querendo saber onde está nosso lar, onde estamos... Sabemos bem a resposta... Não estamos aqui. Pelo menos a maior parte do tempo, nos sentimos deslocados como se estivéssemos evoluído, mas não acompanhamos nossa própria evolução. Uma balança da nossa própria Justiça...

De fato é difícil acompanhar o desprendimento incondicional do coração. A mente não entende - nem tenta entender – e o corpo só tenta ser o receptáculo de toda a expansão incabível tão complicada por nós, meros obstáculos de nós mesmos. Pressionamos um dedo vazio da nossa visão de divindade em nosso peito misturando compressão e vazio e nos deixarmos ser abatidos – mesmo que por um segundo – por uma apatia de caminho errado, de escolha torta porque todo o ideal é uma previsão de respostas confortáveis e cada verdade uma crença de cabresto e anteolhos.

Viver destas ilusões é a desilusão. O sonho real, o toque preciso são aquelas pessoas passadas, presentes e estas que mesmo ausentes continuam no nosso tempo, não importa em qual tempo estejamos. Sentar no fundo da nossa mente e lamentar, seja lá o motivo da lamentação, seja lá o fato do bloqueio de ser quem és, é o desejo mais íntimo do nosso demônio interno. É preciso coragem para o medo ser apenas um impulso nestes sequenciais passos da vida. Todos têm medo do isolamento, da próxima etapa, de assumir não ser mais jovem – nem menos – e continuamos a viver como adolescentes mal-humorados.

Não importa a profundidade de nossa perda, o abismo do nosso descaminho nem a queda do nosso pedestal de vidro... Merdas acontecem é uma ótima expressão para muitos acontecimentos, mais daí a chafurdar nela é uma história completamente diferente. Por isso, reconhecer os inúmeros problemas no nosso pacote diário é se libertar de si mesmo e juntar os fragmentos de identidade aplicados a cada espaço-tempo dos nossos deslocamentos, mas o mais importante é não deixar o sono se disfarçar de sonho e nos fazer dormir por toda a estada da existência.