“O que aconteceu entre
nós será notícia no primeiro dia do ano, o que veio antes e virá depois irá
preencher o início do novo... Você é meu ano novo – sempre digo isso – e também
minha virada”, ontem eu disse isso para a Força e pensava se o silencio era
melhor diante da quantidade de palavras, ou melhor, sentimentos a dizer. A olhei
nos olhos até tudo distorcer perante as lágrimas de entendimento escorrendo
sobre meu sorriso bobo.
Bobo ou não era fácil
ver que todos esperavam 2016 e há algumas horas este ano chegou mesmo com a cachorra olhando sem noção de ir ou voltar. Sexta-feira é
um ótimo dia para chegar como quinta também o é para partir. Não sei se há
forma ruim de ir embora ou chegar e por mais maltratado que 2015 tenha sido,
acredito terem sido necessários de alguma forma o que se passou. Até os piores
anos aconteceram e não foram todos eles eu?
Podem dizer - e o dizem
– eu ter sido mal coletivamente e não tão bem individualmente, mas reclamar
resolve? Tomar atitude não é remédio é ação. Movimento da mente e do corpo, mas
olhe bem: tanta gente foi incrível e para tantos foi maravilhoso. Desde antes
de eu começar a ser contado já dependia da forma de olhar, de se comportar, de
dar o primeiro ou último passo... Só digo ser inútil me marcar com números e me
guardar com as roupas limpas, pois eu serei um lençol branco, porém sujo, te
assombrando.
Prometer ao seu suposto
ano novo ser diferente do velho não só seria um despautério (ou besteira mesmo)
como agir da mesma forma não, não, não, na na na na na não... Você será passado
como eu sou fragmentado para todos terem referências ou o mais próximo de uma
lembrança datada. “Enquanto tudo acontecia eu crescia sem saber ter que
perceber, mas percebia não ser mais o mesmo e pela primeira vez me comparei com
um rio...”, disse a Força certa vez.
Falar de movimento das
horas... É falar de mim. É como a ladainha sempre feita e eu sou o culpado do
início ao fim. Vocês dizem 2016 promete.
Eu lembro que sempre dizem isso e mais recentemente 2015 também não prometia? Sou
eu ambos os anos! Eu exijo que faça algo, mas não prometa e me use! Chega de me
desperdiçar e ignorar e esperar algo de mim... Eu vou envelhecendo (admite
envelhecer e reconhece?) não mudando de nome. Não venha me perdendo, me
contendo ou me comendo, pois sou simplesmente o Tempo e não deixo de passar.