sexta-feira, dezembro 23, 2011

Até em secos galhos



Trilha - Eu Caçador De Mim - Milton Nascimento para a Crônica 'Até em secos galhos'



(*os galhos impedem a visão de quem vê...) Ft: Rafael Belo
por Rafael Belo
Somos partes de uma imensa raiz mutante metade profunda e a outra também aérea. Sugamos a força da terra com intensa independência da submutação para “qual evoluímos” e se quando percebemos somos galhos secos no meio de mais um feriado de presentes aparentemente tumultuados sem ligação nenhuma. É como conduzir um veículo em uma das principais avenidas do Centro da cidade e ver em toda e cada brecha pessoas tentando atravessar a rua. Lembra-me um brinquedo no qual assim que o bichinho colocava a cabeça para fora tínhamos que acertá-lo com uma espécie de porrete...

Bem amanhã é véspera e no domingo é Natal e as ruas estão todas assim cheias de nós procurando um significado para trocar presentes e ver ou fazer o possível para não ver parentes e amigos. Talvez até sermos um pouquinho menos egoístas e mais solidários, mudar a equação uma vez por ano ou quem sabe não seja a matemática o problema e sim a química... As misturas feitas para esta nova velha data sofreram mudanças históricas que iriam além das cerca de 40 linhas destas crônicas, mas fato é: é tempo de união e de esperança.

Não importa ser solidário apenas pelo espírito natalino a celebrar o sol, o capitalismo e Menino Jesus no dia 25 de dezembro... Tirando o capitalismo, os outros dois devem ser celebrados e praticados diariamente para quem crê no renascer cotidiano de um astro celeste a sempre estar no céu e no filho do homem/Deus. As pessoas não precisam de atenção, carinho e outros tipos de alimentos apenas em um dia do ano. Todo dia é tempo de praticar uma ação acolhedora para o próximo. Até para os ateus acordar, levantar e seguir é um ato de fé. Se acreditamos em nós já temos um impulso e um motivo para fazer brilhar um achama aquecedora no próximo. A vida é o maior ato de fé e o Amor é via-sacra do crescimento.

Abrace todos os dias... Não continuemos galhos secos vindo e indo em nossa direção e do próximo só para esfarelar e se quebrar, porque apesar de perto e até entrelaçados por dentro já não há fé. Há formas já não vistas por nós atrapalhando nossa visão... Caímos das árvores do Conhecimento e da Vida e fomos nos esquecendo da infância e do nosso tamanho. Antes de secarmos e sermos galhos caídos éramos folhas verdes, tronco robusto, raízes profundas e apontávamos vivos galhos para o céu. Crescíamos para cima e para baixo e espalhávamos sementes, esperanças de florestas jovens a dar sombras e frutos para o mundo... Mas a esperança brota até em secos galhos!

2 comentários:

Milene Lima disse...

Bela metáfora, Rafael. Não compartilho muito desse Natal cuja espírito é imediatamente esquecido na primeira hora do dia vinte e seis, embora seja tolerante com isso.

Quem sabe um dia voltemos a ser folhar verdes, quem sabe...

Beijos... E bom Natal.

Suzana Martins disse...

Sinto-me feliz em ter te encontrado nesse mundo de raízes flutuantes. Foi um presente de 2011 pra mim. Obrigada mesmo pelo carinho e que em 2012 possamos nos encontrarmos e abraçamos em letras!!

Que o seu natal e o de toda sua família seja repleto de felicidade!!

Beijos na alma e boas festas