segunda-feira, junho 24, 2019

Descontrole diário






por Rafael Belo
O ar está seco, o clima está desértico e nós não escutamos nossos instintos. Os sinais são evidentes. Os acidentes acontecem mesmo com a maior prevenção do mundo. Não controlamos tudo. Aliás, não controlamos nada. No máximo damos nosso melhor e seguimos confiantes e positivos. Não adianta tentar imaginar o pensamento nem o sentimento do outro. Temos um código muito bom para isso… Conversa, diálogo, ouvir… Enfim, se relacionar. Para nosso bem-estar sorrir é preciso que o do outro sorria também.

Sem sorrir a vida descolore e abre portas para pensamentos ruins, para sentimentos ruins… O orgulho mata. A infelicidade infecciona e leva a alma antes de levar o corpo. Depois se espalha deteriorando os sentidos próprios e construídos até apodrecer e nos abandonar em um quarto sem luz, ar, nem nenhuma janela e porta… Seria assim uma vida sem alma? Talvez seja a morte na carne mesmo… Nós morremos de tantas formas por confundir desejar com dialogar, por misturar vontade com obrigação… Nem levamos em conta a dor do outro e isso é crônico porque não admitimos nossos erros, só queremos justificar.

É um suicídio constante, uma dor lancinante, sabe? Aquela que lateja e nos empurra para um abismo que na verdade é um buraco negro no peito. Queima. É triste. A ordem natural das coisas está perdida. Ordem e natural viraram termos caros e pejorativos… E até ofensa. Como a velha história de não se meter na vida alheia. Se meta sim. Se for para salvar um vida e a sanidade mental de todos, se meta. É praticamente uma obrigação se meter nestes casos. Nosso bem mais precioso é a vida, mas jamais devemos julgar a dor do outro ou ainda a distração de amigos e familiares. Estes tempos são distorcidos. As atenções estão gastas e indiferentes. Só há exigências...

E exigir é muito desgastante. Arrumar desculpas é muito desgastantes. Justificativas são muito desgastantes... Não estamos saudáveis! Não importa nossos exercícios, nossas insónias nem nossa alimentação. Está tudo na nossa mente. Assim, mais uma vez muitas coisas morrem dentro da gente, inclusive alguns eus atordoados pelos acontecimentos. Mas todo este cemitério adubando o peito, transformando o coração, acelerando a mente é necessário. O porquê pode ser simples: Quando não vamos passo a passo, tudo acontece de uma vez. Não atropele seu tempo, você pode ser atropelado e ficar sem tempo algum.

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