segunda-feira, setembro 09, 2019

Rindo a vida







por Rafael Belo
Uma redação é quase idêntica a uma aula da saudade da graduação ou, para quem nasceu mais recentemente, uma sala de aula onde seus melhores amigos também estão. É um falatório profissional, no entanto não importa a situação, o clima pesado logo fica leve com brincadeiras, piadas e uma diversão com a tensão alheia. Parece tipicamente brasileiro tirar o famoso sarro, fazer a falada zueira, mas este aliviar o ambiente é natural do ser humano.

Mário Quintana já dizia: "O sorriso enriquece os recebedores sem empobrecer os doadores". Mas não precisamos ficar no poeta, o próprio IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) tem um levantamento apontando que sorrir relaxa as tensões do corpo e faz trabalhar aproximadamente 17 músculos. Além disso, um estudo divulgado há 13 anos pela Escola de Medicina Lona Linda, Califórnia (EUA), provaram que o riso não só aumenta como faz mais ativas nossas células conhecidas como "Assassinas Naturais", as NK (Natural Killers). Chamadas assim porque destroem vírus e tumores. Rir traz melhora na imunidade e bem-estar.

Naturalmente sabemos disso porque nos sentimos menos estressados, com menos dor, relaxados e um monte de benefícios grátis por aí. Mas parece que achamos ser fácil demais sorrir, rir e brincar e vamos levando tudo a sério. Perdemos a graça e me parece ser desta maneira que nos afastamos da Graça também. Nos distanciamos e questionamos tudo com um gosto de rancor na língua ou o tão vial ranço. Parece trouxa e idiota dizer sobre a vida ser curta e uma só…

Porém, precisamos ouvir e ver o óbvio. Vivemos com pouca fé na vida, no outro e principalmente em nós mesmos. Por isso, fomentamos a inveja, a inexistente inveja branca, ódio, o desamor e as fofocas. Nossa preocupação com o pensamento e o julgamento alheios nos aprisiona, nos impede de sorrir. Somos nossa própria prisão ambulante ficando distante de quem realmente somos e porquê não podemos sorrir e rir antes, durante e todo o processo de ser nós mesmos?

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