por Rafael Belo
Cai de rosto no chão. Desviei da minha própria fala. É hipócrita, certo? Reclamei no fogo da minha língua. Já não sei a mulher que sou. Me chamaram demônio… Eu sempre me achei um anjo. Um anjo insuportável, claro. Mas, um anjo. Todos estão loucos! Agora estou caída sem saber porquê. Meu peito dói. Meu estômago não me deixar comer nem beber. Devo estar viva só pela força do ódio.
Força destruidora. Só planta discórdia e se autoalimenta. Aí estas guerras nunca acabam. São só pausas para continuar exatamente de onde pararam. Este é o segredo do mal escondido em nós. Ele distorce as coisas, espreita até agir. Só faz mal a nós. Ao outro só há mal se ele permitir cair nesta energia… Eu fui responsável Por Isso no mundo todo… Como eu sinto é repartido com todas as almas mundanas e não somos todos do mundo?
Não. Nenhum de nós é. Mas me ajude a levantar aqui. Me dê a mão sem qualquer intenção. Chega de reclamar. Pare de clamar coisas ruins ao universo duas vezes. Falar em voz alta ajuda. Isto é ruína. Se tem algo que eu desisto é de ser Ruína. Arruinei este lugar com minha queda, queridos. Vejam só. Só sobrou este buraco e esta dor sentida sem sentido algum. Ainda assim sigo escolhendo o dessentido.
Eu sou muitas em uma só. Só vim conferir o lugar. Minha força negativa é este fim. Preciso parar de reclamar. De assumir outras personalidades por empatia. Só preciso de um minuto para me recompor e redizer a mulher que sou. Eu construo, não destruo. Mas todo mundo cansa, não é? Uma hora fingimos ser outra pessoa e é confortável ser alguém o qual julgamos não ter problemas… Abram espaço. Preciso de espaço para voar. Adeus.
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