segunda-feira, setembro 14, 2020

Seja feita nossa vontade








por Rafael Belo

O mundo em sociedade é tão egoísta e escuro. Cheio de segundas intenções e indiretas. Nós queremos impor nossas visões e desejos ao outro não importa a opinião e a disposição dele. Queremos ser vistos e ouvidos, mas não ouvimos e vemos as outras pessoas. Somos falsos cristão? Não seria tão radical, porém, por mais aprendizagem que estamos tendo não agimos pelo todo e sim pelo eu dizendo que seja feita nossa vontade.


Vindo pela manhã avistei lá a frente uma senhora varrendo enquanto um ônibus coletivo público ia na direção dela. Ela avançou para varrer forçando o motorista a diminuir e depois voltou tranquilamente a varrer a calçada. Pouco depois quase o mesmo aconteceu com um senhor… Enfim, varrer folhas embaixo de árvores em meio ao vento é uma atualização de enxugar gelo? O risco para limpar ruas e calçadas vale à pena? 


Nossa vontade se impõe o tempo todo. Não sabemos viver em sociedade. Não queremos ouvir. Nossos desejos nos controlam. No entanto, quando precisamos perceber que nossos pensamentos, sentimentos e posicionamentos ferem o outro, despercebemos. Soltamos nossos pensamentos e julgamentos independente de nos colocarmos no lugar do outro, independente se havia outra maneira de tratar a situação, independente das outras pessoas porque na verdade se trata de nós.


Nossa força de vontade ao buscar algo para nós mesmo deveria ser o mesmo pelo coletivo. É claro que é difícil ser altruísta, ser empático, ser cristão, mas é desta forma que desejamos viver? Machucando as pessoas? Diminuindo o outro ou não dando a ele a oportunidade merecida? Quem somos nós, afinal, além de julgadores baseados no sentido mais falho do homem depois da língua, os olhos? 

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