terça-feira, dezembro 23, 2008

Aperto

Corre acelera mais freia faz uma massa o povo
Loucos nem tanto cansados animados querendo o destino imediato
O motorista pára recebe toca em frente e o povo sobe e desce
Balança e quê calor no aperto de gente compacta na lata de rodas
Modas histórias são pessoas rumo às trajetórias no coletivo
Enchido de vidas bifurcadas ligadas por um umbigo social

Se encostam se amassam se juntam e se incompreendem
Enquanto os destinos passam param seguem sem parar
A cidade se movimenta a trancos solavancados a nos segurar
Nos olhos pela janela em algum lugar entre partida e chegada
Sempre entra mais um na massa misturada de todas as diferenças
Conversas silêncios barulhos gritos e relações se formam ou continuam

No som da corda soando o espaço ocupado do ônibus
Mãos se levantam se seguram quando procuram equilíbrio
No trânsito atrasando o ônibus atrasado todos estão em pé no ponto
Acompanhando os minutos a cada segundo talvez no relógio talvez no celular
Mas esperando sem parar o transporte transportar a catraca rodar
Quem sabe quanto tempo dura o vazio de um ônibus lotado...

Lugar para sentar dá o ar no meio da multidão e nem sempre é ocupado
Senta levanta e o sinal fecha e os carros buzinam E o sinal abre e não há lugar
Acena o sinal puxa desce sobe continua anda espera... Chega...
Acelera freia suspira e vai... Até o outro dia.
11h39 – 23.12.08

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