quarta-feira, março 04, 2009

Páginas tremidas


Presente na ausência as ruas vazias preenchem as lacunas
Entre temer e estar só pela vastidão de um beco sem saída
Onde enxergam além dos muros pela visão tremida de não querer sair
Enquanto da janela as sombras acompanham a vida olhando pelos cantos
Dos olhos desconfiados os passos apressados temidos assombram

A si mesmos porque tudo passa onde nada passa enfim, ausente
E a presença da ausência vai parte por parte se tornando lembrança
Nas desertas pessoas que não estão lá nem aqui por tremer estar
No pânico estranho do mundo estranho de paranóia
Com a obsessão de uma perseguição inexistente

Ausente na presença de ninguém, esvaziam corpos de medo
Com copos cheios de alterações bebidos com água e açúcar
Nos cantos onde pessoas encolhidas usam o toque de recolher
“Às custas” da covardia da alegoria da caverna ambulante
Distante da luz mesmo sob o temido sol ardente
Sombreando páginas em branco


09h38 (Rafael Belo) 04 de março 2009.

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