quarta-feira, abril 08, 2009

Colarinhos brancos da vida

por Rafael Belo

Cela no senado? Onde mais, não é?! A maior lógica de todos os tempos. Um prêmio para ela. Claro que vai ser mero enfeite, porque sonegadores, fraudadores, “caixadoresdois” e demais eternos reeleitos e colarinhos brancos vão e vêm das prisões como um ensaio da prisão ou apenas da simbologia de ser preso. A explicação é que a estrutura serviria para abrigar quem cometesse delitos na casa. Uau! Perfeito. Está realmente no local mais adequado. O eufemismo da prisão senatoria é sala de custódia?! Aonde fica a sala de justiça?! Alguém chame a liga de super-heróis... Por isso o Brasil vem com piada pronta como diz Zé Simão. Otaviano Costa pensa como eu, para que perder tempo com a construção? É só espalhar barras pelas janelas e portas, assim só sairia o “presidiário” com bom comportamento aprovado. Os pequenos colares brancos dos burguesinhos empáfios têm sempre um final feliz seja lá o que for felicidade para eles – ou para nós.

Outros crimes de lesa-pátria cada um deles tem ou terá o seu. No senado são cerca de mil ocorrências por ano, porém, nem todas levam o infrator à sala de custódia que cabem três pessoas. E se houver superlotação. Temos que lembrar que são 300 senadores? E a mágica da ilusão, bem redundante mesmo, de cortar só 50 diretorias das 190 ou seriam mesmo as 181 no senado como “corrigiram”. Depois disseram extinguir mais 50 e o que fazem todos os diretores lá sem diretoria... Ficariam 81 diretorias ou 90? Bem, então finalmente disseram que são só 38 diretorias... Engolível o número, mas, não a informação, todo o resto são títulos disseram, chega de títulos então... Diretores que se dirigiam, o sofisma como disse Noblat, parece belíssimo. Somos trouxas certo? Diriam que já é um começo a aceitação... Pensem, diretores de: “Check in”, “garagem” e “autógrafos em atas” são os menos chamativos.

Ninguém foi afastado ainda ou deixou de ganhar a gratificação, são diretores gratificados de nada. Foram os publicitários que inventaram essas diretorias? Ou foi um concurso de criatividade? Enquanto suspensa para análise da necessidade da construção... Alguém tem alguma dúvida da necessidade...? Mas, ainda sou a favor de transformar o senado em uma prisão, pois, francamente, três pessoas em uma cela é um bom mito grego. O Senado da Roma antiga e antes da Grécia antiga elegia imperadores e 81 senadores, três por cada Estado. O nosso “elege” um monte de leis que ficam circulando lá por anos - e por que não décadas?! -e não chegam a ser sequer analisadas ou a público. Tenho a “leve” impressão que estamos presos a um passado recorrente sem sequer tentar algo novo não tentado naquelas épocas. Será uma cela nossa democracia em uma sela sobre nós?

Afinal, somos só nós os presidiários? Diria pode ser, mas, “pode ser” são dois verbinhos sem vergonhas... Ah... Suposições me irritam. Não, não me irritam. Mas, não acredito no “poder ser”. “Pode ser” que já estejamos todos gagás a ver o senado lá da Grécia antiga ser um covil como era, aliás, senado tem origem etimológica da mesma palavra: senil... É do latim senex que é igual a velho. Nada contra os idosos também quero chegar lá, mas de sabedoria estes “nossos do senado” só tem o bolso. Li a seguinte frase em um livro sobre a mentira: George Washington não diria uma mentira, Richard Nixon não diria uma verdade e Ronald Reagan não saberia a diferença entre elas. Falando em Washington este discutia com Thomas Jefferson, certa vez, sobre o senado e Jefferson interrogou o motivo de Washington ter derramado, propositadamente, um pouco de café no pires. A resposta foi que o processo auxiliava a resfriar mais rápido o conteúdo da xícara tornando-o degustável, ouvindo o que queria Jefferson disse ser o senado o pires para resfriar os ímpetos revolucionários populares e gerar o equilíbrio necessário para a vitória de um regime político democrático. Idos da criação da Constituição Norte-Americana. Nós, ao Sul, ainda nos encontramos nos achados e perdidos...

2 comentários:

Tathiane Panziera disse...

Ow... Eu queria que a modinha dos sapatos voadores dos repórteres chegasse no Brasil. Não, péssima ideia, ai as celas seriam usadas...

tsc, tsc...
hehehehe

olharesdoavesso disse...

É uma boa forma de se indignar, ou se ofender que o sentido da sapatada iraquiana(?) hauahu mas a sala de custódia hauahau aí sim ficaria superlotada
valeus Tats bj