domingo, junho 07, 2009

Colecionador de fantasmas

(Rafael Belo - foto pela estrada)

Prevaleceu o silêncio diante do caos de sons naquela tarde. Foi o motivo das mudanças. Porém, foi tudo repentino até o sentimento de... Traição (?), de queda de heróis (?)... Quando o nosso mundinho pessoal é estremecido a razão se distancia, mas - se a tivermos de fato – ela volta logo do passeio solitário por aí. Jogando um pouco de luz em tanto subentendido, confiar dói e dói mais quando você acredita em alguém acreditando sempre em você... Mas – sempre ele o “mas”- não é assim o funcionamento da mente humana. Olhando com atenção as relações não é difícil perceber as “’meias’ confianças”, os “meios sorrisos”, as “’meias’ pessoas” escondidas ali atrás das palavras faladas a dedo, resumindo o medo de se expor e se machucar.

As pessoas queridas e amadas bastam em presença em muitos momentos assim. Falar, esbravejar e gritar com as (más) intenções são opções viáveis também ou simplesmente ouvir sua voz incontrolável cheia de porquês, soltar palavras doloridas pela dor causada ao simplesmente confiar. Se arrastar fora deste corpo dono da sua voz. Ver a alma presa a um monte de carne possuída ao verbalizar as dores do mundo. Depois vestir um olhar triste de melancolia vazia ao ruir dos valores. Um traje típico fácil de colocar e se acomodar nele. Fácil também vestir preto e ver na imagem de quem confiava um luto vivo corroendo. Foram dois ou três suicídios onde velei corpos inexistentes, sozinho. Depois dividi meus “mortos”. Colecionador de fantasmas, mas para lembranças e avisos, não amarguras.

Vejo assim o motivo da falta de durabilidade de pessoas e coisas. Quando é com a gente, ficamos arredios por um tempo e pairamos no limbo de nos tornarmos metade ou mais um ator no mundo dos egos. Se, e apenas se, tivermos condições – além da capacidade inata – de medirmos a autodestruição a depois nos tornar póstumos em vida, não passaremos para o outro lado do limbo e nem permaneceremos neste além do necessário luto. Por isto respiro fundo, lamento e dou o próximo passo paciente. Esquecer? É uma homeopatia desnecessária se soubermos realmente o significado de pontos de vista. Autenticidade deveria ser a mistura essencial do homem, porém, é o item de série embutido mais vendido da “máquina humana”. Triste. É fácil ficar triste, por isso prefiro permanece alegre.

8 comentários:

Tathiane Panziera disse...

Herois caidos. Entendo disso
;)

Ah, Beloto, sabe que eu tenho uma vida virtual agitada. E que eu adoro isso! hehe

Concorco com a copa trazer investimentos decentes...
Pena que perdemos, e, ainda temos que ouvir bobeira!

Bju Tathy

Ana Paula Faez disse...

É impressionante o envolvimento com as palvras que seu texto nos remete. Me senti bailando pelas linhas dele!

Isolda Herculano disse...

Oi Rafa, tenho olhado o seu blog, além de lido, e é fácil perceber o quanto você curte – ou está na fase de curtir – fotografia. Já pensou em compilá-las na internet através desses serviços online que existem por aí?

Abraço.
Isolda.

olharesdoavesso disse...

Agradeço Paulinha!É ouvir bobeira É moda Tathy hehe Curto muito Is, mas olha que tristeza, estou sem máquina, stas fotos ou são "antigas" ou do serviço hehehe bjs

Unknown disse...

Manter-se alegre, uma coisa um pouco dificil, pelo menos pra mim. Adorei Colecionador de fantasmas, muito bom Rafa, me fez pensar na minha vida, hehe ;D

beijoss

olharesdoavesso disse...

captou a mensagem cara Ju! Obrigadoo :D

Sandra Costa disse...

Colecionador de fantasmas, mas para lembranças e avisos, não amarguras.


nossa. forte isso, hein?
é difícil absorver pessoas e situações dessa forma. normalmente, tendemos a sentirmos-nos tristes quando algo nos abala. sofremos, apanhamos que nem condenados, até aprender com a situação, e talvez guardemos o rancor para sempre. é difícil superar quando algo realmente ruim lhe acontece. difícil mesmo.

olharesdoavesso disse...

Penso: o quê é normal? Cada um tem o seu tempo assim como todas as coisas. Acredito que no momnto que pensa em superar já é um passo para a superação e se nã ofor possível transforme, foi o resultado deste texto. Obrigado Sandra bjs