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terça-feira, novembro 15, 2011
sábado, novembro 12, 2011
Pequenos milagres ao sol
![]() |
*(...em todas as dimensões a Luz chegou e mostrou o quanto há milagres na vida...) captei nos fundos do serviço na quarta, Rafael Belo. |
por
Rafael Belo
Ela
simplesmente juntou tudo que lhe pertencia – as roupas e materiais passou o mês
doando -, respirou em profundidade, ligou o som e deixou correr as lágrimas. Era
a primeira decisão de sua vida em silêncio e sem influências de terceiros ou
primeiros... Deixou-se pela última vez
deitar debaixo das flores roxas e ver a versão original do sol espreguiçar seus
longos raios acolhedores para mais um dia milagreiro. Daria seus primeiros
passos no escuro e na solidão em quase 20 anos. Já beirava os 35 e sabia: solitária
não ficaria. Quem realmente a conhecia a entenderia e da forma de cada a
incentivaria. Estavam com ela, além das lembranças.
Perita
em pequenas armas e mestre em Aikido, correria menos riscos de morte pela sua
caminhada. Aika Sophia esperava um dia poder ajudar as pessoas a crerem. Mas,
como jurou protegê-las quando se formou há 13 anos, o prosseguiria fazendo,
mesmo sem a farda. Planejou viver de sua arte de escrever e filosofar por meio
da fotografia – seu hobby – e da poesia – sua expressão diária. Decidiu escolher
em cada cidade passada uma pessoa coerente e consciente na medida do possível,
de si e do mundo. Além de seu quimono, suas faixas de graduação e conhecimento,
carregava sua máquina fotográfica...
Não
imaginou que o Grande Criador pudesse abençoar sua até que enfim decisão. Quando
choveu, no seu primeiro passo fora de casa, seus olhos choveram também – de novo.
Era a paz e a alegria misturando doce e salgado em seu rosto no arrepio da sua
alma pelo corpo. A alegria nunca foi tão bem lavada. E entre as nuvens e o os
raios fugidios do sol escondido coloriu um imenso arco-íris fascinante. Uma revoada
de diversas espécies de pássaros pousou ao seu redor e cantou. Em meio a tanta água,
Aika Sophia sorriu. Como velho hábito juntou os dedos da mão direita e os tocou
como um golpe na diagonal da sua testa sobre a sobrancelha direita e rapidamente
retirou: “Sim Senhor, Senhor!”
Recolheu
suas coisas da varanda e continuou seus novos passos. A chuva cessou e parecia
o fim da manhã. Ficou feliz por ser pequena e se sentir tão imensa – mesmo com
seus menos de 1,70m - media todas as medidas do universo. Seus pecados
foram lavados e agora sabia o rumo certo para seus dons. Quem sabe voltaria a
postar na ‘voz do post a libertar’ quando pudesse falar como todos de uma vez
na conexão única... Agora o faria um a um até voltar ao todos ser um. Enquanto saia
da cidade imaginou como seria amanhã quando amanhecesse e seus post do dia
continuasse dormindo...
quinta-feira, novembro 10, 2011
Amarelo formiga
*(polenizamos a vida mesmo na nossa pequenez agigantamos o amarelo) RB |
Amarelo formiga
O nariz vermelho
reluzia o reflexo da realidade
raiz espelho da
fantasia dos outros sobre nós
atados a pequenez
agigantada pelo amarelo [identidade
perdida na voz pela
vastidão do nosso silêncio a sós
ecoando a lúdica luz
lívida no novo ato amanhecido de raridade
rarefeito efeito feito
do amarelecer das lágrimas escorridas dia das nuvens
poço raso sem fim da
alegria procurada na amplitude da vida em profundidade
a se encontrar no
desfocar dos detalhes divinos sem nós
sem sós, de sóis a sóis
no desbotar desabrochado no interior do olhar sem idade
brilhando as cores deflagradas
do instante inebriante do nosso acontecer.
Rafael Belo – 9 de novembro de 2011, às 7h45.
terça-feira, novembro 08, 2011
Banho de chuva
![]() |
*(ornamenta a terra o tronco talvez morte de sua origem mas vida para muitos.. Rafael Belo) |
Por Rafael Belo
O gosto da chuva parecia querer
amargar o fim do dia. Mas, chuva é doce por mais molhados a ficarmos. Nem o show adiado pelo tempo acabou com um
domingo de dádivas. Depois de dias quentes tomar banho de chuva estendeu o fim
de semana até o cinema mais próximo e claro, valeu à pena. Mesmo se o filme fosse
ruim – o que não foi – o primeiro dia da semana chegou ao fim ainda sorrindo. O
Palhaço é uma boa lição. Não é um filme completo, mas ver a atuação de Selton
Mello em seu próprio filme com um grande elenco e uma fotografia impecável
deixa todo o longa em um quebra-cabeça repetindo na mente.
Não vou contar o filme, mas ‘quem
faz o palhaço rir?’ não é um pergunta cuja resposta seja difícil. ‘Se o gato
gosta de leite, o rato gosta de queijo, você gosta de ser o quê?’ Quanto ao
riso do palhaço sem seu nariz vermelho quem proporciona é a própria escolha de
fazer os outros rirem. Mesmo quando nós retiramos nossas máscaras sem conseguirmos
retirar os narizes vermelhos, somos felizes em nossas escolhas diárias a nos
levarem ao futuro reiniciado a cada minuto chegando e se tornando no próximo
minuto, passado? Nada de culpar o tempo, a família, os amigos, os outros antes
de pensar bem ‘em refletir’...
Acredito ser no nosso palco da
mente onde atuam tantos atores reverberados nos nossos pensamentos e lembranças
aquele grande ‘quê’ de definição em uma única escolha para o resto da vida. Como
se... Como se não pudéssemos mudar de ideia, errar, cair... É o que mais
podemos. Como acertar a mutação constante de ser quem somos sem nos permitirmos
descobrir? Desagrilhoar das correntes das limitações não é uma forma fácil de
fugir da robotização modernizada dos ‘pensamentos’ nas redes sociais. Não há um
decreto divino ou judicial a nos obrigar a sermos apenas uma escolha. Caso houvesse
- e até caso o mais xiitas acreditassem – seria humanamente impossível.
Mesmo se os materiais baratos da
política – escolhida por nós – causarem danos - como causam – e for decretado
estado de emergência, o desmoronar , o cansaço e o engolir da erosão não será o
fim. Há sempre tempo de assumir ou rejeitar o nariz de palhaço aceito um dia
por nossas cabeças baixas como uma medalha de superação esportiva. Isso não
significa desespero, dor e ranger de dentes – pode até não significar nada – mas
hora ou outra o tempo se estenderá diante de nós se assim lutarmos para ser. Aí
a chuva vira para marcar e lavar nossa alma.
domingo, novembro 06, 2011
No Dia Seguinte
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(* o mundo escureceu e tudo remetia a um par de lâmpada fria acesa e todos para lá foram... Captei em uma antiga sala de trabalho. ) |
Por Rafael Belo
Ele havia rasgado suas roupas e andava com seus próprios trapos. Era do povo, mais um Zé Ninguém ilustre... No entanto, seu plano estava prestes a funcionar agora que chegara a Brasília e parecia se misturar aos mendigos. Toda sua estratégia de dividir e conquistar havia falhado e ele acabara improvisando. Mesmo com o sucesso solitário nas estâncias menores invadidas seu rosto ficara conhecido. Amado e odiado foi se escondendo pelos anos e apagando seus rastros como um cão de longa calda se arrastando pela areia. Foram necessários cinco anos de ausências e perambulações. Seu nome, sua vida não existiam mais.
Méugnin Camaleão... Era assim que as raras mentes ainda lembravam, mas mesmas estas não podiam provar a existência dele. Sua estratégia saia tão perfeita a ponto dele duvidar. Antes e agora. Na Capital Federal, não o encaravam sequer o olhavam... Ele, finalmente, não fedia nem cheirava. Não fora revistado ou impedido de entrar em qualquer lugar da cidade avião. Perambulava invisível feito um fantasma flutuando pelos cantos e só não era a encarnação do silêncio porque podia jurar: “se alguém passar muito perto ou vai ouvir meus pensamentos ou o barulho das sinapses trabalhando...”
Passou o dia analisando. Assombrou o Planalto Central como este cerca os cidadãos brasileiros e ali não havia mentalistas ou sensitivos para vazar informações e espalhar a cidade planejada em 191, 5 milhões de pedaços de pizzas... Cada porta e saída de emergência foi memorizada ao lado dos horários de entrada e saída de funcionários e a troca de guardas. Os mapas de todos os cômodos cintilavam nos seus olhos sem brilho. Decidiu confirmar todos os dados colhidos por mais um dia e marcou os ângulos cegos das câmeras. No dia seguinte, revelou sua mochila e trocou de roupas.
No Congresso Nacional se misturou aos paramentares federais e todos o cumprimentaram efusivamente. Fechou cada porta silenciosamente e em seguida obrigou o presidente da Casa a passar o microfone. Era uma sessão extraordinária, mas todos os suplentes também estavam presentes. Só havia os representantes de cada Estado presentes. Para a ‘sorte’ de Méugnin Camaleão só havia quem interessava. Com armas e bombas ele descreveu a situação e após muitas mentiras vindas dos ameaçados... No primeiro dia fez cada um trabalhar e ler todas as leis. Nos seguintes fez todos aprovarem os projetos engavetados, parados, ignorados.
Algumas semanas passaram e poucas reclamações vieram pela interrupção das sessões ao vivo, mas até estas cessaram. O fato é: o Brasil dificilmente aguentaria tanta bonança em menos de um mês, por mais que a espera tenha durado tanto. E a desconfiança era generalizada, assim como a confusão. Parentes e amigos não chegaram nem a estranhar o sumiço... Era apenas mai um... Mas, eventualmente o descobririam e de fato aconteceu.
Ele passou dias sob o cerco cerrado de especialistas, mas saiu como entrou só que estava de terno e uma pasta. Tinha o dossiê de cada um e o dinheiro de todos... Os bicos estavam fechados. O passo seguinte era depositar cada centavo merecido nas contas dos contribuintes e novamente entrar nos esquecimento, só não passou pela cabeça de Méugnin Camaleão este ser o início do fim e no fim só havia um par de lâmpada fria acesas.
quinta-feira, novembro 03, 2011
Outros portões
(quando as árvores caem as nuvens fazem as sombras até aprendermos que os portões são outros e iluminarmos... Captei também na estrada) |
por Rafael Belo
Depois do granizo cair por cerca de meia-hora, de árvores cederem e materiais serem danificados, amanheceu. O vento ainda estava na memória e os habituais congestionamentos de horários de pico se repetiram em um domingo. O chão havia se aberto pela enxurrada empurrada pelos ventos lá no Nova Lima e ali no São Francisco, Campo Grande se concentrava na Avenida Tamandaré e na Rua São Higino que dão acesso a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Quando passaram pelo congestionamento, candidatos a cargos da Saúde – médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem... – arrombaram o portão já fechado por passar do horário estipulado.
Tanto a ‘nova’ cratera do Nova Lima a indignação dos em cima da hora por ‘n’ motivos tiveram repercussão nacional. Ambos promoveram outras indignações. Os candidatos argumentaram o atraso devido às chuvas fortes da madrugada e a em menor quantidade a precipitação da manhã. Mas, mais precipitado impossível o tal arrombamento que resultou em... Nada. Caso os ‘invasores’ tivessem êxito e conseguissem realizar a prova, aí sim o concurso público seria anulado. Não julgo – nem tenho este poder ou vontade – mas, em todo e qualquer concurso público os editais estipulam a chegada dos candidatos de no mínimo uma hora antes do início das provas. Salvo quem é de fora da cidade, os congestionamentos da região são história há tempos. Seja qual for a desculpa – real ou mentirosa – os que chegaram cedo merecem o respeito... Para chegar na hora, às vezes é preciso mesmo madrugar...
Já o buracão do Nova Lima só me remete aos sentados no poder para enrolar. É visível a má-qualidade do asfalto pela finura dele e os riscos levados aos moradores do entorno. Daí o responsável fala da espera de verba da União de R$ 5 milhões que, se sabe lá por que, não chegou aos cofres campo-grandenses... A espera de recursos nacionais para resoluções locais é um melodrama novelesco utilizado no poder público explicativo de toda cidade ultimamente...! Depois ainda perguntam o motivo do povo não acreditar na política atual... AS eleições chegam novamente em poucos meses e avaliar e escolher com consciência deve mudar a descrença brasileira.
Pergunto para onde vai o dinheiro dos impostos. São centenas de multas por dia em cada cidade, milhares de ‘tributos e taxas’ e a saúde pública precisando ser internada, a educação ainda mal-educada, o transporte segue caótico e o que vemos é ‘investimento’ em saneamento básico e recapeamento das vias das cidades. Que o granizo volte a cair e os candidatos a um futuro melhor a partir do presente voltem a arrombar portões, mas aqueles que resultem em algo: os do Congresso, das prefeituras, das Câmaras, Assembleias, principalmente o de suas Consciências.
terça-feira, novembro 01, 2011
Passado o Amanhã
Santa sombra sem sol situante insinua a queda de árvores com chuva de ventos
pedras de gelos caem para assustar e rebelar os hesitantes
de um dia escaldante antes para fúria do céu aos rebentos
depois, se aglomeram os minutos e perde-se o Tempo dantes
arrombando os portões das regras e argumentos
o chão se vai em enxurradas de movimentos, de pois, assim sendo, praticantes
nos guarda-chuvas das razões e temperamentos
até o sol se abrir passado o dia do amanhã
será mais uma manha, passada mania, outro novo esquecimento.
Às 13h49 de 31 de outubro de 2011 por (Rafael Belo).
(o contraste vai do céu a terra e continua no asfalto para no horizonte subir novamente... Captei na estrada) |
pedras de gelos caem para assustar e rebelar os hesitantes
de um dia escaldante antes para fúria do céu aos rebentos
depois, se aglomeram os minutos e perde-se o Tempo dantes
arrombando os portões das regras e argumentos
o chão se vai em enxurradas de movimentos, de pois, assim sendo, praticantes
nos guarda-chuvas das razões e temperamentos
até o sol se abrir passado o dia do amanhã
será mais uma manha, passada mania, outro novo esquecimento.
Às 13h49 de 31 de outubro de 2011 por (Rafael Belo).
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