por Rafael Belo
O artista espera o sinal fechar,
veste seu sorriso e faz os malabares com graça e equilíbrio não é possível
ignorar, mas o sinal abre antes do show terminar. Os motoristas disparam e não
reparam na arte urbana, não contribuem, fingem não haver dignidade no trabalho
de entreter e alegrar o cotidiano. É uma troca do cinza pelo colorido, do maçante
pelo divertido, da cidade pela infância e até a esperança chega a nos abraçar
novamente.
São sinais das possibilidades da
vida para erguermos a cabeça e investirmos em nós mesmos. Não só pessoalmente,
na qualidade dos nossos relacionamentos e profissionalmente. Fracassos acontecem,
derrotas se enfileiram, mas cabe somente a cada um de nós seguir em frente,
escolher o que fazer, como reagir, mas reagir de fato. Temos que Investir em
quem nós somos e quem gostaríamos de nos tornar porque se deixarmos a vida nos
levar perderemos nosso propósito.
Nós precisamos levar a vida, remar
com convicção e acreditarmos no nosso potencial. O desamor, o ódio, o rancor, a
desesperança e a mágoa não podem ter lugar em nós. É amargo e solitário o
caminho de conflitos sem solução, de ataques gratuitos, de traição... É
lamentável o ser humano se permitir rastejar, ir tão baixo a se confundir com o
ventre das cobras, mas da mesma forma é triste e deprimente ver pessoas jogando
seus dons e possibilidades pela janela escura da noite.
É visível nem sempre ser possível
dar flores ao invés de espinhos porque, às vezes, ações e reações mais duras
são a solução. Mas, perder a ternura, a capacidade de acreditar no outro e em si,
não é só uma derrota física e mental, mas espiritual. Endurecer não pode ser
uma situação definitiva, precisamos ser flexíveis, porém, ética e moralmente
são as únicas versões do impossível da qual não podemos nos mover um milímetro
e nosso caráter é nossa força.
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