segunda-feira, fevereiro 18, 2019

Resistência emocional





por Rafael Belo

Eu ouço, vejo, leio, assisto tantos medos e reclamações sobre emoções. Reclamar não resolve se for só por reclamar, se não souber e não houver solução… Agora medos a gente supera, mas não mata. Aquele medo de  mudar, de repetir os erros é um bom alerta, mas deixá-los nos dominar é ser ausência. Acumulamos ausências, inclusive de nós mesmos e a sofrência insisti na resistência. A resistência de se entregar, a resistência de se envolver e de resistência emocional em resistência emocional, tudo queima e até nossa luz se apaga.

Perdemos nossa chave-geral, o disjuntor não se acha e o interruptor da luz não funciona. Eu prefiro sentir tudo, até esta escuridão nublada em um céu sem lua, sem sol e sem estrelas a resistir às emoções. Deixa os holofotes acusarem o drama, a plenitude, a desolação neste palco da nossa vida. Ninguém tem o poder de acabar com o nosso emocional se não dermos este poder para alguém. Poste se tiver feliz, poste se tiver triste, faça as postagens que quiser e se preferir não fazer publicação nenhuma, a escolha é sua. Só não resista em ser você mesmo.

Há um considerável tempo, eu resistia em falar qualquer coisa onde em minha imaginação fosse prejudicar a relação, qualquer uma: amizade, de ficante, de namoro, familiar… Eu resistia falar sobre meus sentimentos e obviamente tudo que se acumula sobrecarrega. Considero isso ser resistência a ser feliz. Esta resistência realmente precisa queimar.  Não há arrependimentos se houve aprendizagem e aí fazemos o que? Enumeramos só o que consideramos ter dado errado na relação.

A isto eu resisto. Não considero participar de nada se não for 100% e, sendo assim, quem não estava totalmente presente, resistiu a ter algo ainda melhor. É da nossa natureza sentir, então porque colocamos listas, padrões e exigências para a liberdade? Não há liberdade assim. Qualquer corrente é sintoma de escravidão. Porém, nos enganamos se anunciamos sermos escravos das emoções, prisioneiros do coração e reféns dos sentimentos. Somos escravos do controle, reféns do comodismo, de querer agradar e prisioneiros de tentar manter e não querer perder relacionamentos que acabaram.

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