terça-feira, dezembro 08, 2020

Falso desamparo

 






por Rafael Belo


É fácil se sentir no desamparo ainda mais isolado. Mas em um mundo de conectados como você se adapta as realidades que se chocam contigo? Uns só falam de dores e problemas outros ao contrário, mas quantos buscam ajuda? Quantas pessoas se revelam? Você busca a Deus? Você busca ao próximo? A gente não imagina quantas pessoas se preocupam com a gente ou mesmo quem são realmente a gente até adoecer.


Às vezes afastamos as pessoas com nossa distância e nosso silêncio e o outro simplesmente reflete sua postura ou apenas respeita. Assim, a espera de uma ação o distanciamento social já está entre nós há muito tempo. O diálogo é necessário. Porém, com o devido respeito, ou vivemos uma imposição de fala e uma tentativa de manipulação por meio de enfiar goela abaixo nossa opinião no outro.


Estar sozinho por conta de procedimentos de saúde não impossibilita ninguém de entrar em contato com pessoas queridas ou de rever opiniões e posições tomadas, mas nosso orgulho desnecessário é facilmente ferido. Deixamos de dizer como estamos realmente ou nos deixamos ficar naquele estado instável e temporário por tempo indeterminado. Como voltar deste lugar que criamos para nós?


Há um limiar muito tênue nos atrapalhando na busca de ajuda e um deles deixa a sensação que a honestidade é prejudicial quando o prejuízo real é ser desonesto, principalmente, consigo mesmo e com aqueles que você ama. Agora assim é o verdadeiro desamparo, por isso, nos sentimos exatamente desta forma e ainda resistimos a ver e corrigir nossas falhas. Nosso orgulho é nossa queda. Nos afasta do nosso eu, de Deus e, assim, de todos enquanto ostentamos um desamparo falso somos consumimos pelo real.

Um comentário:

Unknown disse...

Se conectar sempre a melhor saída!