por Rafael Belo
Você sintoniza o rádio – claro, se
tiver entre tal e tal idade – e ouve uma adolescente pedindo Justiça em um
claro discurso ensaiado até o decoro, aliás, decorar a fala e ninguém
questiona, apenas cede o espaço para falar, mas o outro lado não aparece. Há perfumes
bons e ruins, porém, o excesso de qualquer coisa é ruim. Bem sabemos que combater
o mal com o mal gera uma cadeia interminável, um efeito dominó apenas
prejudicial. Deixando as hipocrisias de lado será que podemos contar quantas
brigas por implicância e simples “atitude de superioridade” vimos, principalmente
na nossa infância e adolescência?
Diferença enorme estava no tempo
dedicado aos filhos e quando – normalmente – as brigas escolares não terminavam
em mortes. Era como o Nacional Geographic ou Animal Planet dos adolescentes. Sozinho
na hora do intervalo. De repente levanta a cabeça e se vê cercado. De duas uma:
ou ele se enturma ou se impõe. Nenhuma delas significa que não levará chutes,
pontapés, pescotapas e demais violências “disfarçadas”. Não só com meninos,
claro as meninasmás.com sempre estiveram por aí.
Claro que os tempos são outros e
toda violência persistente terá consequências nefastas externas ou
internamente. Mas mortes? Estas que nada resolvem. Pelo contrário. Geram um
clamor de justiça e injustiça por toda parte. No fim, sempre alguém ficará
insatisfeito, mais ou menos. Horrível é o julgamento raso e inconsequente. Valentões
merecem morrer e coisa e tal? Que pensamento é esse? Que comportamento é esse?
A vítima/agressora - mesmo em legítima defesa como alegou ser – se tornou uma
assassina. Tirar a vida de outro ser... Que alma fica em paz ao matar? Ainda
mais aonde todas as éticas, morais e religiões seguem a cartilha do não
julgarás, respeitar e amar o próximo como a ti mesmo, não matarás... É só
hipocrisia?!
O país dos esquecidos não se refere só à política. Esquecemo-nos
de tudo, até o assunto se tornar pessoal ou indignar nosso eu tão hipócrita de
tantos pesos e medidas. Todo mundo gosta de repetir as vazias palavras “Respeito
é bom e eu gosto”. Gostamos mesmo, não é?! Mas nos damos o respeito? O conquistamos?
O oferecemos a todos sem preconceito ou classicismo? Transmitimos valores,
damos bons exemplos? Como canta Gabriel o Pensador na música Até Quando? “Até quando você vai levando?
(Porrada! Porrada!)/ até quando vai ser saco de pancada?”... A reação e a resposta do Pensador é de dentro para fora,
não de fora para outra prisão:
Muda que
quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente!
Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário