por Rafael Belo
Estou aqui entre o pensar e o não
pensar onde chamo do descanso das imagens. Eu saio do ar sem deixar de prestar
atenção em tudo. É um estado de consciência absurdo e até os mínimos detalhes
convertidos em imagens na minha mente se ausentam. Há uma multidão naquelas
águas térmicas comigo. Só prestam atenção na minha existência quando
subitamente trombam em mim ou alguém daquela realidade dá um spollier. Às vezes,
mesmo assim não se desculpam.
Aquelas águas borbulhantes
naturalmente hidromassagem comportam tanta gente e ainda assim não testemunho
ninguém interagir fora do seu grupo nem no automático. Famílias, casais, pares,
amigos basicamente com os celulares supostamente isolados da água pendurados no
pescoço como placas de identificação, o utilizam para registram o momento e com
medo de perder o aparelho se limitam a isso. As poucas vezes que interagiram
comigo foi para tentar confirmar alguma afirmação sem minha cooperação para
tanto. Já eu interagi bastante...
Enfim, a gente relaxa e se diverte
conforme nos propomos. Mas, é estranho estar rodeado de desconhecidos
barulhentos e mesmo assim em silêncio. Ali, naquela água borbulhando e
massageando naturalmente, o mundo parecia um paradoxo habitado e desabitado ao
mesmo tempo. É uma experiência de conforto e desconforto não coexistindo, mas
colidindo vez ou outra. Você está lá sem compromisso, sem dever nada a ninguém,
sem responsabilidades naquele período, sem a necessidade de se preocupar com
nada e nem ninguém e aí você trai toda esta liberdade querendo de repente
exatamente o oposto.
Mesmo
no conflito de qualidade e quantidade, aparentemente, os seres humanos só
evoluem quando interagem fisicamente, pessoalmente e se permitem trocar ideias
e conhecimento. Ah, também é desta forma que se vive mais e melhor. Então, Não
importa o quanto alguém possa ser irritante é possível tirar uma qualidade dali
mesmo isso tendo de vir da tua postura e de como nos abrimos para receber a
forma do outro. Afinal, também podemos ser muito irritantes... Não é que a
grama do vizinho seja mais verde neste nosso planeta abundante, mas tão
cinzento e concreto, é que vários mundos acabam cada vez que rejeitamos ou
aceitamos algo. Neste fim do mundo constante devemos a nós mesmo experimentar
porque em algum momento mudamos de opinião querendo o avesso do que a gente
tem, do que estamos vivendo e está tudo bem com isso.
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