quarta-feira, dezembro 12, 2018

Cansada Alma (miniconto)




por Rafael Belo

Ao longo dos séculos tudo foi bem e tranquilo. Mesmo passando os dias muito cansada, apesar de ter dormido bem. Ela não tinha só um corpo. A Alma era única. Mas habitava diversos corpos utilizando um sistema temporal próprio. O que lembrava era simplesmente tratado como sonhos que logo sumiam da memória. Ela seguia a vida como uma autêntica anônima. As coisas iam como sempre sem fazer sentido. Ela só se sentia bem descalça e, obviamente, em uma sociedade padronizada e robótica, ela era sumariamente julgada.

Mas como em toda história tudo estava prestes a mudar e como ela reagiria ao saber quem era? Quem era seu filho? O Tempo resolveu usar toda sua força e existência para sair do Tártaro. Desde que Zeus o enganou e o esquartejou para aprisioná-lo no Tártaro ele vinha se recompondo. Nunca mais permitiu o chamarem de Cronos e como era o Titã mais antigo e poderoso era constantemente incomodado na sua aborrecida e furiosa prisão. Hoje, como ninguém acredita mais em deuses. O que o prendeu não prende mais.

Zeus se desfez em muitas almas, mas sua avó Gaia(terra) e seu avô Urano(céu) consumidos diariamente pelo desequilíbrio, estavam misturados às almas de alguns humanos. Mas Gaia há séculos, também habitava as almas femininas. Completamente. Mas não sublimação a alma original do corpo. Ela observava interferindo para se tudo não desse certo, o aprendizado fosse pleno. Mas quando reconheceu Urano em um acaso onde o humano ali, também era apaixonado pela humana que ela habitava…

Os alinhamentos do Destino enlouqueceram. Foi aí que Cronos acordou. Não há precisão de data. Obviamente só após isso. A fusão entre a alma e a própria Terra. Mudou tudo. Este ciclo vinha acontecendo até então. Pois quando o Tempo se deparou com a Terra. O colapso do tempo humano virou o próprio Caos e até reverberou no verdadeiro Vazio. Os conflitos sentimentais entre Titã e A Deusa original. A Mãe sobrecarregou a memória e a primeira mulher cuja alma também era Deusa, estava quebrada. Nunca um ser humano tinha vivido tanto sem mácula por eras e tenho o nome na História. Agora que existia um agora a Loucura reivindicava sua vez.

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