por Rafael Belo
Já reparou como estamos incomodados? Olhe bem e terá certeza. O que mais nos incomoda é o que incomoda os outros. Ser questionado, ser acusado, ser descoberto, ser enganado, mentir, demonstrar fraqueza, não saber o que está acontecendo, ser esquecido, abandonado, ignorado… Esta é a importância exagerada dada a nós mesmos. Um ego suposto de intocados… Esta grandiosidade fazendo sombra na nossa pequenez nos faz nos achar e é aí que nos perdemos esquecendo que somos todos iguais e a igualdade é o que deveríamos procurar.
Procuramos, no entanto, disputas, competições, ser o melhor… É uma boa meta, mas só se for pelo melhor possível em nós. Quando focamos em ser melhor que outro alguém além de nós mesmos o fim fica cada vez mais distante ou próximo demais… Fazemos mal ao outro e a nós mesmos, principalmente se não identificamos os problemas e não encontramos as soluções porque de nada adianta apontar as dificuldades, os defeitos, os problemas sem saber ainda como encontrar as qualidades, "facilidades" e soluções.
Eu me incomodo com estar acostumado. Não me incomodo com o outro em si. Porém, quero estar incomodado com situações, ações e inações para não me acomodar, para não fazer o cômodo, mas o melhor. Livrar-me dos meus vícios, implementar minhas virtudes. Somar e não diminuir. Multiplicar e não dividir - a não ser que seja dividir com o próximo. Quero encontrar soluções. Não quero ficar reclamando nem ficar reforçando os problemas. Quero agir. Não quero me incomodar com o outro e sim comigo, com cobrar sempre de quem nos representa porque a função dos eleitos é melhorar nossa qualidade de vida e o direito aos serviços básicos.
Mas não podemos esquecer de fazer o básico: respeitar o próximo. Ouvir, entender o outro lado. Não criar desentendimento. Tentar entender a situação do outro. Discordar sim, dividir não… Hoje não temos mais solidariedade pelos que não são família, amigos ou conhecidos, muito menos empatia. A falta disso me incomoda. Precisamos de pensamentos diferentes no mundo. Não precisamos do ódio, da discórdia e do rancor. Não precisamos de violência, de agressões gratuitas, de fofocas… Somos todos diferentes com direitos iguais e procurar a paz é o início do caminho das soluções.
Um comentário:
Perfeito!
Postar um comentário