Enxofre ao invés de flores
por Rafael Belo
Venta tanto e a consequência é o
chacoalhar das árvores. Mais tanto vento a ponto de parecer chover folhas. Em plena
primavera o outono se faz presente. Mais uma vez é um vento de segunda, mas
segunda-feira, dia normal destas linhas surgirem. Por isso, sempre lembro de
Dante Alighieri em sua Divina Comédia. A queda das pessoas, principalmente pela
moral. Seu inferno, céu e purgatório são até hoje utilizados em diversos “alicerces
sociais”. Mas, parece que poucos ligam para sua frase: os lugares mais sombrios do inferno são reservados àqueles que se
mantiveram neutros em tempos de crise moral. Quem não toma atitudes é
tomado delas.
Mas atitudes precisam ser
refletidas, não só pensadas ou corre-se o risco de dar certeza aos outros como
no pensamento de Abraham Lincoln: É
melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do quer
falar e acabar com a dúvida. A crise moral já passou... Estamos em
derrocada. Acabamos com as dúvidas. Caídos e gemendo diante dos detentores da
moral sem moral nenhuma e, claro, bem amorais. Caindo ainda, diga-se de
passagem... Se vasculharmos por aí, se lermos e ouvirmos bem, vamos “perceber”
que #ficaadica e #pensenisso são os hashtags dos melhores conselheiros. As melhores
falas, os top trends, as mais curtidas e compartilhadas da vida virtual, mas se
são exemplos... Bem deixa para lá.
É como querer comentar a potencialização
de traições do facebook. Dados divulgados por doutor da Universidade Católica
de Pelotas onde 1 em cada dez pessoas admitem que traem pela mídia digital ou a
necessidade de uma matéria que mostra um adolescente rejeitado chacoalhando
suas partes íntimas e apenas isso... As mídias digitais só ajudam quem já tem a
intenção, já tem tal caráter, já possui o impulso de. Quantas imagens de seres
estranhos “encontrados” por aí, quase sempre montagens sensacionalistas são
destaque “jornalístico”... Ou então, a embriaguez ao volante de ídolos como
Matheus Nachtergaele que paga fiança e é liberado... Seguindo a linha alcoólica,
temos a morte sexual nos trilhos, onde um casal de ucranianos bêbados transava
debaixo de um vagão quando este se movimentou, morreu a mulher e perdeu as duas
pernas o homem.
O maior medo dos homens é acabar
com as dúvidas, é descer do muro e dar a cara para bater. O medo da crise de
imagem ser revelada. O medo da forma se contorcer quando o conteúdo se
posicionar. Por isso, olhar a chuva de folhas na primavera não me surpreende,
mas isso não significa que não fique indignado. Portanto, é preciso expor a indignação.
Tomar atitudes e sair da obscuridade de ser neutro. A neutralidade neutraliza e
nos deixa nos lugares mais sombrios de nós mesmo, nem é preciso chegar ao
inferno para sentir o cheiro de enxofre que nós mesmos podemos exalar.
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