por Rafael Belo
Como se questiona a Natureza. Melhor. Questiona-se o ser natural. Mas eu sempre me pergunto sobre a naturalidade das coisas e vejo nossos reflexos nos animais mesmo estes não tendo toda nossa capacidade intelectual - eu disse capacidade… Eles não estão corrompidos pela visão encaixotada de que qualquer coisa fugindo da visão individual do mundo deixa de ser normal. Estas anomalias humanas nem sempre são tendenciosas, mas não deixam de ser endêmicas. É como se o trouxismo viesse direto do Harry Potter e revelasse a possibilidade da magia e mesmo assim negassêmos. O que é natural?
Não entendo o motivo do diferente incomodar. Aquilo e aquele não igual precisar ser taxado e tachado… Não somos capazes de nos educar, de educar nossos filhos e atacamos conscientes uns aos outros. Distorcemos o natural já houve época na qual o negro por causa da pele era acusado de não ter alma, de não ser humano, uma mão-de-obra considerada animal e hoje ainda há e parece despertar ainda mais. A escravidão na antiguidade não era por pele, era por nação derrotada… Vemos neste momento muitos desprovidos de tudo morrerem para poucos providos de tudo viverem. Aí vamos dizer que é natural…
É natural como a luz do dia viver de exclusão e de aparência? É normal a corrupção? A corrupção da alma é profunda… É normal os valores serem seletivos e dar importância apenas as vidas convenientes? Não somos pequenos deuses, somos grandes demônios atormentando o próximo. Não há tolerância. Não há aceitar ou inaceitável. Há cuidar da própria vida e ajudar um ser humano necessitado. Somos tão pobres e cada vez mais estamos ficando empobrecidos e vazios.
Você não sente a solidão nos entorpecendo brutalmente quando tentamos pensar sobre o que fizemos de bom no dia ou como podemos melhorar as coisas? Nada brusco, extremo e radical funcionou na história deste planeta, no entanto, naturalmente estamos repetindo e repercutindo nossas conveniências, nossas frustrações e esta crise de identidade infinita que o mundo vive. É natural viver de interesses, por interesses, com interesses e desrespeitando quaisquer coisas e pessoas no caminho… Foi assim mesmo que aprendemos… Seguimos vendendo nossas almas, mas não ao clássico diabo, mas ao que há de pior em nós.
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