Há gerações seguiam a risca o quinto decreto amarelo. Ele agora se perguntava o porquê. Por que ninguém nunca questionou quais são os outros decretos? Quem diabos é o Rei de Amarelo??? Tudo isso lhe dava arrepios e uma sensação de uma futura certeza. Certamente ela aconteceria. O primeiro sinal aconteceu durante suas primeiras horas de dúvidas e hesitações.
Amaralino estava
amarelando há tempos. Não percebeu o sol passando sem fazer diferença, pois as
sombras... As sombras permaneciam densas e paradas... Como se o tempo esperasse
uma solução para continuar. Quando a noite chegou havia um sabor metálico com
textura de kiwi e um fundindo rançoso no ar com o aroma de uva passada.
Como se o próprio Rei
de Amarelo tivesse jogado seu manto no céu e a coroa negra estivesse perdida
para sempre, Amaralino temia o pior. Ele já se sentia perseguido e nem havia
manifestado seus incômodos e insônias. Ah, tantas noites em claro amarelando ao
invés de tomar coragem. Encolhia-se várias vezes em si mesmo em tantos
universos contínuos paralelos... Mas como dormir com aqueles pesadelos?
Ele era perseguido
por vultos e sabia ser vossa apavorante majestade. Terminava sempre da mesma
forma. Amaralino caia sem parar nas escuridões e silêncios absolutos como o
Rei. Havia escuridões mais escuras e silêncios mais mudos. Antes de cair no vácuo
entre as escuridões e ver as estrelas começarem a aparecerem novamente
infinitamente, Amaralino sentiu todo o pavor da certeza da presença do Rei de
Amarelo. Depois foi só a dor de um centro pesado e definitivo. Ele tinha razão
de amarelar.
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