quinta-feira, junho 12, 2014

as novas



minhas palavras se enroscam na língua, atrapalham-se na boca e ficam atrasadas no papel
tentando acompanhar o raciocínio do pensamento solto, vão em enxurradas de movimento até onde me avistei
vistei meu nome e revisitei meu eu passado, ultrapassado de tudo que já falei

encosto no meu marco, saco novos versos daquilo ainda não rimado, remado como barco
pela enxurrada do atropelado, inundado pelo tsunami cotidiano adiando maremotos
me afundando em mim, cheio de infinitos tortos... e eu já não me acompanho, colhendo as flores deste jardim absoluto, me apanho feito aroma, pelo nariz

tudo que fiz,
exatamente há um minuto,
já está de luto... [É alguma boa prima, do ressentimento] Há novas rimas, morrendo e nascendo.

(às 16h32, Rafael Belo, quarta-feira, 11 de junho de 2014)

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