Roubar sonhos, vidas,
ser o que não é. Viver de apropriação e do falso sentimento de vitória quando o
outro é derrotado, recebe um nocaute e toda a família cai junto. É a alta
voltagem da malandragem. A mania de tirar vantagem em tudo. De ter tudo com o
menor esforço possível. Enganar a
coletividade e contar como se tivesse conquistado um torneio conceituado superpremiado.
O golpe diário tirando o pão e a segurança do povo. E ainda acham que o gigante
acordou... Ele é sonâmbulo e sofre de delay
agudo.
Fala-se tanto dos
nossos sonhos. Somos sonhadores? Alguns sim. Outros seguem os passos do país. De
olhos fechados e mãos abertas. Sonhadores são como poetas, estão em extinção e
não possuem nenhum tipo de proteção. Os sonâmbulos nem sequer podemos acordar. São
os verdadeiros zumbis. Fazem seja lá quais forem suas vontades e alguns
segundos depois voltam a dormir. Acordar é difícil. A cor dar. Dar a cor a
vida. Utilizar o coração em cada feito, em cada pensamento e, claro, levantar
da cama.
Mas parece ao
contrário. Querem usufruir das ações alheias, colocar em prática a ideia do
outro, devorar os cérebros que brilham e continuar a descansar. Espreguiçar-se
na cama. Quantas vezes for possível e se possível for permanecer deitado, viver
a vida na horizontal ou encostado. Até utilizar a própria mente para planejar
conseguir sem conquistar. Acabam seguindo sonâmbulos pelos cantos e, às vezes,
até em destaque no centro do picadeiro e o circo caiu, a lona foi reciclada e
todos os animais readaptados a selva – de pedra.
Dois segundos, ou
mais, depois do entendimento geral, o som chega e, talvez, a compreensão de que
roubou suas próprias chances de acordar... Agora os sonâmbulos perambulam com a
lona na cabeça e se confundem aos animais. Seguindo os instintos mais selvagens
de sobrevivência e não sabemos mais se aumenta a violência física, psicológica ou
moral, se estamos no circo e só há ilusionista manipulando a realidade para que
seja feita a vontade deles e nossas ilusões sejam perdidas.
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