Pode ser intimidador
pegar um livro de 888 páginas, mas Os Luminares de Eleanor Catton, vencedor do
Man Booker Prize, nos leva de imediato para outro tempo e continente. São 12
homens e duas mulheres vivendo uma sucessão de erros, ou o que chamamos de
inferno-astral e os astros têm tudo a ver com a história cheia de reviravoltas
na segunda metade do século 19 na Nova Zelândia. Em plena corrida pelo ouro há
mistério, morte, romance e uma história contada segundo as estrelas.
Já
na capa vemos as constelações que formam os 12 signos ligados à personalidade
dos personagens e começamos a olhar o céu noturno de uma forma diferente. Dividido
em 12 partes de forma lírica e até poética, a narrativa de Catton não é chata
em nenhum momento, passa longe de maçante, ao longo das páginas queremos
avançar cada vez mais para entender o que aconteceu, quais são os segredos que
unem tantas personalidade diferentes, haveria uma assassino entre eles?
É
uma experiência enriquecedora estar entre o ópio, a pólvora, garimpeiros, prostitutas,
chineses, traficantes, marujos, assassinatos, fraudes e várias versões da mesma
história cheia de chantagens. Cada personagem tem sua vez de contar a própria história
envolvendo fuga, discriminação e sobrevivência nos levando a uma amizade e
compaixão com os personagens que nos faz no final parar para pensar sobre eles.
É só quando todas as peças se encaixam que entendemos quando tudo começou.
Percorrer todas estas páginas com a necessidade
de saber o que trouxe cada um deles até aqui nos coloca no lugar de Woody,
Wells, Ana, Lydia, Carver, Smires, Manering, Dick, Quee, Sook... Até porque
tanto a trama quando estes personagens são essenciais para no iluminarmos e o
talento de Catton nos envolve de todas as maneiras. Li o livro em fevereiro,
algumas dezenas de livros atrás, e ainda lembro dos detalhes desta trama que
também é um thriller. Pare o que está fazendo e viagem para um tempo e uma
cultura diferente contados de uma forma que você ainda não leu!
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