domingo, agosto 28, 2016

Constelação neozelandesa (resenha)



Pode ser intimidador pegar um livro de 888 páginas, mas Os Luminares de Eleanor Catton, vencedor do Man Booker Prize, nos leva de imediato para outro tempo e continente. São 12 homens e duas mulheres vivendo uma sucessão de erros, ou o que chamamos de inferno-astral e os astros têm tudo a ver com a história cheia de reviravoltas na segunda metade do século 19 na Nova Zelândia. Em plena corrida pelo ouro há mistério, morte, romance e uma história contada segundo as estrelas.

Já na capa vemos as constelações que formam os 12 signos ligados à personalidade dos personagens e começamos a olhar o céu noturno de uma forma diferente. Dividido em 12 partes de forma lírica e até poética, a narrativa de Catton não é chata em nenhum momento, passa longe de maçante, ao longo das páginas queremos avançar cada vez mais para entender o que aconteceu, quais são os segredos que unem tantas personalidade diferentes, haveria uma assassino entre eles?

É uma experiência enriquecedora estar entre o ópio, a pólvora, garimpeiros, prostitutas, chineses, traficantes, marujos, assassinatos, fraudes e várias versões da mesma história cheia de chantagens. Cada personagem tem sua vez de contar a própria história envolvendo fuga, discriminação e sobrevivência nos levando a uma amizade e compaixão com os personagens que nos faz no final parar para pensar sobre eles. É só quando todas as peças se encaixam que entendemos quando tudo começou.

Percorrer todas estas páginas com a necessidade de saber o que trouxe cada um deles até aqui nos coloca no lugar de Woody, Wells, Ana, Lydia, Carver, Smires, Manering, Dick, Quee, Sook... Até porque tanto a trama quando estes personagens são essenciais para no iluminarmos e o talento de Catton nos envolve de todas as maneiras. Li o livro em fevereiro, algumas dezenas de livros atrás, e ainda lembro dos detalhes desta trama que também é um thriller. Pare o que está fazendo e viagem para um tempo e uma cultura diferente contados de uma forma que você ainda não leu!

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