Jeana estava fazendo o que muitos de nós já
fizemos. Ela encarava as horas esperando e esperando e... Ora olhava para o
relógio na parede, ora para o relógio (raro) de pulso, ora para o celular, ora
para o notebook, ora para a televisão... Todos mostrando tudo passar, mas com o
clima mudando ela temia ficar presa, por isso, a ansiedade. A tempestade
anunciava acabara de despencar e soprar e soprar e... O calor agora era frio.
Agora? J sentia calafrios o dia inteiro e não era o vento veloz.
Aonde
está o agora? Busco algo infinito, mas só se repete como uma urgência e é a
sequência de agoras me cercando sem eu ao menos perceber antes de ser tarde
demais. Pronto passou mais um e essa é minha vida a todo o momento. Gostaria de
entender este retorno ao zero em várias medidas de tempo... Tempo?! Do tempo só
lembrava ser aquele que cura ou seria aquele que não espera ninguém?
Qual a
medida do tempo, afinal? Um monte de agoras? Quando meu agora acontecerá? Há um
agora depois? Antes também é agora? O agora é igual para todo mundo? Eu tenho
um agora especial? Devo estar parecendo uma louca! Balançando a cabeça, olhando
para todos os tipos de horas, mordendo os lábios, emaranhando meus dedos nos
meus cabelos como... Como... Ah, não...! Como um relógio. Repetindo, repetindo
e repetindo e...
Não
consigo acompanhar meus próprios pensamentos e agora ainda tenho que caminhar
em círculos... Ótimo! Todos me olhando... Não acompanho a passagem das horas...
Quando preciso de rapidez demora, quando quero lentidão voa... Ah, vou sair
daqui e meu agora não chega. Quando chegar... Quando chegar serei meu próprio
tempo por tempo indeterminado. Meu agora vai me reconhecer? Eu vou me
reconhecer? O tempo saberá realmente me dizer? Lá fora a tempestade vai passar
e aqui... Vou lá ver se as flores vão sobreviver e os troncos secar, só não sei
se será agora.
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