Uma tempestade com hora marcada e 97% de chance de
acontecer parece sinônimo de ficar em casa, mas não. Ela é tão pontual a ponto
de chegar antes do previsto para não correr o risco de se atrasar, mas vem a
quase 60 km/h ventando tudo pelo caminho. Voam cadeiras, caem árvores, acaba a
energia, telhados viram folhas de papel, caixas d’água perdem suas tampas,
tampas são encontradas nos quintais de vizinhos, tentamos nos proteger, nos
abrigar, mas diante da natureza só nos resta esperar. Então, nos perguntamos:
quanto tempo mais?
Esperar não é nossa melhor qualidade e não somos
exatamente fenômenos naturais, mas como o clima, podemos sair do calor e da
calmaria para tempestade e o frio sem nem percebermos. O céu azul e firme pode
nublar e despencar em um piscar de olhos para culparmos a temperatura nos
isolando em fantasias distorcidas nos buracos dos nossos caminhos. Só nos
juntando iremos controlar o tempo, fazer chover e abrir o sol necessário para
cada passo dado por nós. E se esse passo for uma dança... Se pudermos dançar, por
que não dançamos?
Isso mesmo! Por que não damos ritmo e empolgação para
tudo? Por que não tentamos acreditar de verdade? Quando vemos as tempestades se
aproximando e sabemos à hora exata do despencar delas, nos preparamos... Temos
todo tempo do mundo, mas preferimos fazer outras coisas a nos preparar para o
porvir. O que virá senão frutos daquelas sementes plantadas por estas nossas
mãos? Estes frutos não darão sementes? Estas sementes não precisam ser
plantadas? O vento não semeia?
O vento pode nos levar para toda parte, mas há
outras possibilidades para seguirmos. Se não somos resistentes, precisamos nos
tornar ou, então, nos resta realmente esperar e teimosamente reerguer a mesma
estrutura adivinha onde... No mesmo lugar. Mas não podemos controlar outro
tempo se não o nosso, não podemos soprar outro vento se não com nossas bocas
por meio dos nossos pulmões, se o fizermos por mais que aconteça os 97% os três
por cento de esperança serão mais fortes porque a perspectiva do relógio é
sempre um ciclo em um perfeito círculo que demora ou se apressa, apenas diante
da nossa noção deste nosso tempo acontecendo apenas de uma maneira: no agora.
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