por Rafael Belo
Com a dilatação do
espaço e do tempo, existem momentos que o simples fica complexo quando queremos
explicar algo. Esta pode ser a definição do nosso contínuo universo. Mas, só porque ninguém em situação nenhuma alguém
vai entender coisa alguma da mesma forma. O único motivo disso são nossas
diferenças e pensar ao contrário são nossas semelhanças. “Somos” tão racionais
a ponto de tentar decifrar o estado físico-mental-psicológico do outro e
simplesmente definimos seus atos como monstruosos, maus ou surtados. Não queremos
revelar tal ato ser parte da natureza daquele ser humano porque, de alguma
forma, seria admitir nossas possibilidades malévolas, monstruosas e surtadas.
Não é um supertufão
matando mais de dez mil pessoas nas Filipinas, como provável efeito dominó do
nosso carinho pelo mundo, e complicando por demais a vida de cerca de dez
milhões ou o assassinato de crianças que vai terminar em uma explicação
plausível, aceitável ou final. Sem falar na corrupção nascida com Vera Cruz, ou melhor Brasil. Esta que vemos impregnada como a grande praga que é, principalmente nos poderes públicos e mata até mais que o temperamento da natureza. Alguém que é enganado, roubado, perde quem ama brutalmente, presencia
atrocidades, é vítima de fenômenos da natureza devastadores, sobrevive a morte quase
certa para aquele momento, e tantos outros exemplos, vai procurar uma
explicação para o que acontece a ela.
A busca de tanta
explicação, tanta razão para seres humanos que evoluíram tanto, mas cada vez
mais usam mais a emoção para ter e dar razão parece, por acaso, plausível? Lógica
e acaso possuem uma variação de significado muito forte tanto quanto a conversa
entre um chinês lá de 3950 Antes de Cristo e um brasileiro moderno. Precisamos de
uma lógica para manter a ilusão de controle sobre a vida, por isso misticismo e
religião se misturam e sempre se misturaram, por isso tantas teorias da
conspiração existem sobre uma mesmo fato histórico ou contemporâneo.
Não deve haver tantas
razões para o assassinato de JFK, que completa 50 anos em 11 dias, ainda mais
se listarmos o histórico de Lee Oswald, o assassino, que deu três tiros matando,
o então presidente dos EUA em 63, o 35º, com o terceiro e resultando em incontáveis
efeitos colaterais reverberando até hoje. Mesmo assim, são centenas de livros e
dezenas de filmes sempre deixando uma interrogação ou mais dúvidas sobre o fato
histórico. Certo é que certezas absolutas, verdades veementes e unanimidades
devem ser critérios da seleção natural da próxima lei da evolução.
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