quinta-feira, fevereiro 19, 2015

chão seco




No chão de folhas secas me camuflava
saltitava feito passarinho em folia
tirando folga do restante da passarada

não precisava das minhas asas para ser o céu
não perdia os sentidos, os amplificava

onde tamanho não importava era o próprio arranha-céu
mas não arranhava nada, só passava

nada de passinho em passinho passar passarinho
passados passarão antes de todos que passam

imagino um corpo sem posses sem passos sem passes
pois posso passar rapidinho ou deixar o infinito chegar.


(às 00h40, Rafael Belo, quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015).

Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto lindo,suave...adorei...mamys