dilacerando
as lâminas esquálidas
a
inutilidade metálica interpreta seu papel de sangue
e
jorra das afiadas línguas uma nova interpretação
a
comoção chora um palco inteiro
e
a bota pisa um futuro rosto inchado
diante
de um levante hortifrutigranjeiro
adiante
novamente o relógio parado
o
paradeiro das lágrimas corre o dia trancado no banheiro [sem porta]
escorrem
todas as cores dos tinteiros, até o sinaleiro se revolta
repetindo
verde amarelo vermelho sem importar a ninguém
levanta
a cabeça quase pra cima, entorta, fragmentos de frestas, muitas sobras, tanto
resta, lambida na testa.
(Rafael
Belo, às 22h26, segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015).
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