quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Torna-te


o granizo cai nas pessoas de vidro

elas se estilhaçam antes do tempo previsto
juntam-se os cacos juntos no palco do improviso,
fecham-se as cortinas como as nuvens escuras no céu.

mas o ritmo das geladas gotas golpeando a janela
parece trincar todo o vidro restante rasgando ruidosamente
o céu, com cauteloso trovão tão titubeante
seguido do cegante fulminante farol faiscante do raio
ou ao contrário.

Só nós somos páreos...
Mercenários dos erros cometidos de interpretação.

Para entender o outro torna-te a ti mesmo então
ou caia como chuva na cidade em vão.

(Rafael Belo, às 17h48, quarta-feira, 25 de janeiro de 2015).

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