por Rafael Belo
Vêm se repetindo nossas
escolhas como história mal contada. Uma decoração inexistente de uma festa já sem
sentido de ser comemorada porque já decoramos nossos atos, nossas falas e ...
Nada. Continuamos a achar outros culpados pelos caminhos tomados por nós, pelos
erros que cometemos no palco interpretados por eus imitações. Quem são estes
eus? Temos papéis? Os misturamos? Nossa atuação não parece merecer aplausos,
mas batemos palmas para não chorar dos preços subindo...
Vamos nos partindo em
migalhas e rezando para ninguém comer o nosso pão, já que não o comemos e o
utilizamos para marcar o caminho de volta... Há volta ou precisamos de uma
reviravolta e começar algo novo? Somos fragmentos tardios assistindo ao
telejornal, lendo as webnotícias e nos enchendo de clichês retornando a
pergunta nunca feita em voz alta: como viemos parar aqui?
Não há outra maneira de
pararmos em algum lugar a não ser por nossos próprios passos, mas não sabemos
mais qual é o pé direito. Temos o direito de ficar calados até a água acabar,
até a chuva chegar, até nos deixarmos enganar porque é mais fácil do que
corrigir a coluna torta e seguir fingindo que a corrupção é recente como as
guerras religiosas do outro lado do Atlântico...
Qual o próximo papel a ser
interpretado? Quais as próximas máscaras quebradas no bolso bem na hora da
ação? Somos próximos de nós mesmos ou ignoramos as mesmas cenas passadas diante
dos nossos espelhos ou diante de tantos pedaços despedaçados diretamente nos
nossos rostos enquanto George Orwell nos repete sua visão de futuro rindo dos
nossos braços cruzados: se queres uma
visão do futuro, pense numa bota pisando um rosto humano – para sempre. Então,
o fazemos. Inclinamos a cabeça por entre as frestas que nos impedem de ver e
lambemos nossas feridas ao invés de nos fortalecer.
Um comentário:
"inclinamos nossas cabeças....."porque é mais fácil...contestar para que? ....para quem?.... perfeito o texto. Mamys
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