terça-feira, outubro 20, 2015

companhia

acompanham-me as manhãs em um tempo que não sei definir
elas podem ser noite de repente e às vezes tanto resistir
parecendo uma ausência em mim embaralhando o dia
com cartadas de diferentes baralhos em mãos a sorrir
depois a meteorologia prevê a chuva no sol e a pele na brisa arrepia

não é mais inverno e na primavera as flores não querem cair
mas caem e forram o chão com emoção na ventania

outubro já chama novembro e corre o risco de se repetir
e se repetir fosse trazer um encontro de quem fomos e quem seremos o que a gente hoje faria?
como sou um só na coletividade acabaria começando a surgir viraria cinzas e renasceria
sem procurar retornos para frente é companhia

(às 10h50, Rafael Belo, terça, 20 de outubro de 2015)

Um comentário:

Anônimo disse...

Belo retorno! Parabéns! Linda poesia!mamys