Se
pudesse ao menos enxergar... Caso houvesse grau para definir a densidade da
escuridão esta seria a máxima, mas o pior é a sensação de perda e vazio gritando.
Nada era conhecido... Diversas palavras levemente vagas rodavam na mente, porém
não se fixavam a definição a qual pertenciam fosse vivo ou não. Não parecia
haver retorno algum e não sentia vontade de retornar.
Chegando
ao local de tirar o desaperto havia algo repetindo tudo o que fazia, mas não
havia o estranhamento de nada, não era desconhecimento era... Falta de
identificação. Fora desconectado de tudo... Inclusive... Daquela... – Desta imagem...
– Este sou eu?, se perguntava, ou perguntava ao espelho, trocando o peso do
corpo de uma perna para outra.
-
Quem sou eu? Foi minha segunda pergunta depois viria onde estou... Enquanto
passava pelo próprio interrogatório me distanciava para tentar compreender como
poderia pensar e o máximo que consegui recordar foi de alguns instantes. Quando
abri os olhos não havia nada, zero... Ouvia apenas a respiração... Se não fosse
involuntária estaria respirando?
Os
batimentos cardíacos ecoavam em meus ouvidos. Não havia pensamentos, palavras
nem necessidade deles. Aos poucos teto-parede-janela-escuridão-maciez-cama se
formavam na mente palavra e imagem, mas... Mas se apontassem uma cadeira e dissessem
“é uma cortina”, cortina seria.
Sentando
com a cabeça pesada fazendo um oito no ar a procura de equilíbrio, caiu de
joelhos, se arrastou começou a engatinhar. (c0ntinua...)
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