por Rafael
Belo
Ijara nunca
teve superstições nem crendices. Acreditava no que via e tocava igual qual Jó. Tudo
bem, alguém precisava ser desta maneira... Mas, neste dia 13, sexta-feira 13,
normalmente seria mais um dia comum... Hum... Normalmente. Tudo de 2016 havia
deixados marcas terríveis e profundas provocando terrores noturnos em Ijara. Ela
estava quebrada. Corpo, mente, coração e nada, nada mesmo tirava da cabeça
desta pessoa que a primeira sexta-feira 13 do ano faria juz aos clichês, superstições,
crendices populares e cada lenda urbana.
Deveria mudar meu nome para Murphy. Pelo menos teria a
vantagem de ter minha própria lei: se algo tiver que dar errado, dará. Ah, com
certeza deu! Já passei dos 30 faz tempo. Não tenho família que preste, meus
amigos já têm muitos problemas, homens... Enfim, diz por si só. A última coisa
de minha posse, de minha propriedade... Era o carro... Primeiro ele me quebra,
depois ele quebra e me quebra mais ainda e agora... Ah, engole o choro... Não
vou chorar! Se tudo está tão ruim vou ser ainda pior!
Faltam poucas horas para amanhecer e lá vem à alvorada
dar na minha cara... Humm! Ei! Está úmido e nublado... Não acredito que vai...
ISSO! Be-le-za!!! Fiquei p da vida agora!! Mais!! Já não sei onde morar... Não
tenho, Né?! Agora estou instantaneamente encharcada e uns dez quilos mais
gorda. Aff! Ninguém merece! Não algumas pessoas merecem sim e até pior. Olha...
A toda certinha da Sauna tão longe... Reconheço só pelo jeito Popozuda de andar...
Se bem que pode não ser ela, nunca a vi correr desesperada desse jeito...Nunca
a vi correr. Ah, está de brincadeira... Quem disse que nunca tem uma viatura
policial quando precisa. Vixi! Ela desabou! Ei! Espera! A Murphy aqui sou eu.
Ela é tio Patinhas com Gastão!
Problema dela! Tenho os meus a resolver. Pelo menos
distrai um instante para ter toda a eternidade para me concentrar nesta
vingança. Mas, vou me vingar de quem?! Da vida? Ah, isso só pode ser uma
pegadinha sem fim... Cadê as câmeras?! Quem eu estou querendo enganar?! É uma
piada que se repete e repete e repete até alguém achar graça. Uau! Que ideia
brilhante! Sou uma gênia mesmo! Se eu roubar dos políticos vou fazer justiça e
bem... Não seria roubar, seria? Hora de aproveitar minha prática em t.i e
programação... Preciso só de um notebook e de uma casa. Sei do político ideal.
Rá! Quem estou enganando! Não há políticos ideais!!
Um comentário:
Perfeito!
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