por Rafael Belo
As notícias não são boas e não
mudam muito. Os personagens se diferem... São mortes de todos os tipos e
formas, crimes variados sempre prejudicando a população. A corrupção nem se
fala, já faz parte do cotidiano há tanto tempo que nem percebemos a chegada do
segundo sol. Está tudo ao contrário, nós vivemos do avesso... O clima vive
diferente e imprevisível, mas o calor está insuportável. Mesmo assim, o que
mais nos derruba é sermos privados da nossa liberdade. Basta não podermos sair
de casa, não fazer o que queremos e já não somos ninguém.
Está no chão o céu e a firmeza nos
passos já não existe mais. A sociedade está doente e tudo que fazemos é pagar e
pagar e pagar... Sabemos das notícias, mas não conseguimos assimilar mais a
quantidade de mais do mesmo com a banalização da vida e do nosso bem-estar. Temos
medo do amanhã, da hora seguinte, a insegurança vive dentro de nós e queremos
sempre reviver o passado. Alimentamos a dor... Porém, há esperança nos menores
gestos, nos mais contidos sorrisos, na nossa recuperação, na nossa cura...
Queremos melhorar, ouvir boas
notícias, evoluir... Mas o mais difícil nesta estrada é descobrir quem somos e,
assim, para onde vamos. Os pais nos dizem quem somos, os parentes dizem quem
somos, os amigos dizem quem somos, os conhecidos dizem quem somos, os outros
dizem quem somos, os desconhecidos dizem quem somos, a sociedade diz quem
somos... Desta forma não sabemos para onde vamos, mas vamos e quando chegamos
lá não é preciso se reinventar... É preciso se descobrir. O valor da vida vem
da descoberta de nós mesmos para identificarmos o Amor.
Quando fugimos de nossas prisões
queremos parar o mundo e descer. Há tantas coisas hediondas, absurdas,
revoltantes acontecendo... Ao falarmos de violação de corpos e almas tudo se
intensifica. Mas, vamos nos entregar? Enxergar estas inversões como tudo e
única realidade ou a escolha das notícias a serem divulgadas? Com certeza há
muito mais do bem e bom acontecendo bem diante dos nossos olhos. Nós estamos
reclamando, sendo coniventes, derrotados ou estamos tentando mudar, mostrar
outras possibilidades, agindo, interagindo, mostrando quem dá valor somos nós e
as pessoas têm valor? O céu está no chão porque vive dentro de nós e atados uns
aos outros podemos refletir tudo que há de melhor.
Um comentário:
Bela reflexão!
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