segunda-feira, janeiro 16, 2017

Refletindo o mundo



por Rafael Belo

As notícias não são boas e não mudam muito. Os personagens se diferem... São mortes de todos os tipos e formas, crimes variados sempre prejudicando a população. A corrupção nem se fala, já faz parte do cotidiano há tanto tempo que nem percebemos a chegada do segundo sol. Está tudo ao contrário, nós vivemos do avesso... O clima vive diferente e imprevisível, mas o calor está insuportável. Mesmo assim, o que mais nos derruba é sermos privados da nossa liberdade. Basta não podermos sair de casa, não fazer o que queremos e já não somos ninguém.

Está no chão o céu e a firmeza nos passos já não existe mais. A sociedade está doente e tudo que fazemos é pagar e pagar e pagar... Sabemos das notícias, mas não conseguimos assimilar mais a quantidade de mais do mesmo com a banalização da vida e do nosso bem-estar. Temos medo do amanhã, da hora seguinte, a insegurança vive dentro de nós e queremos sempre reviver o passado. Alimentamos a dor... Porém, há esperança nos menores gestos, nos mais contidos sorrisos, na nossa recuperação, na nossa cura...

Queremos melhorar, ouvir boas notícias, evoluir... Mas o mais difícil nesta estrada é descobrir quem somos e, assim, para onde vamos. Os pais nos dizem quem somos, os parentes dizem quem somos, os amigos dizem quem somos, os conhecidos dizem quem somos, os outros dizem quem somos, os desconhecidos dizem quem somos, a sociedade diz quem somos... Desta forma não sabemos para onde vamos, mas vamos e quando chegamos lá não é preciso se reinventar... É preciso se descobrir. O valor da vida vem da descoberta de nós mesmos para identificarmos o Amor.


Quando fugimos de nossas prisões queremos parar o mundo e descer. Há tantas coisas hediondas, absurdas, revoltantes acontecendo... Ao falarmos de violação de corpos e almas tudo se intensifica. Mas, vamos nos entregar? Enxergar estas inversões como tudo e única realidade ou a escolha das notícias a serem divulgadas? Com certeza há muito mais do bem e bom acontecendo bem diante dos nossos olhos. Nós estamos reclamando, sendo coniventes, derrotados ou estamos tentando mudar, mostrar outras possibilidades, agindo, interagindo, mostrando quem dá valor somos nós e as pessoas têm valor? O céu está no chão porque vive dentro de nós e atados uns aos outros podemos refletir tudo que há de melhor.