por
Rafael Belo
Não
adianta cair aos poucos porque a esperança de recuperar é pior. Caia de uma
vez. Quando for piorar se jogue e encontre o fundo do poço. A queda trará
liberdade e dor, mas não sofrimento se você não se tornar aliado deste. Medidas
paliativas não vão resolver. Não tente manter aquilo passado, isto é o óbvio
ululante de Nelson Rodrigues da vida como ela é. Isso sim é manter aquecido o
sofrimento. É melhor esfriar, começar do zero, aliás, recomeçar porque sempre
carregamos uma bagagem conosco. Vá! Avalie o importante e o desimportante. Esvazie.
Seja menos. Vale, claro, para nosso país separado pela linha da queimada. Talvez
você nem saiba o traste deste assunto, mas na queimada dois times são
escolhidos e separados com o objetivo de eliminar o outro o queimando com a
bola. Igual à divisão feita no Brasil.
Enquanto
o povo debate, se bate e se mata os corruptos celebram nossa divisão. Eles se abraçam
e tramam fomentando nossa guerra longe de ser civil ou civilizada. É uma
guerrilha desorganizada tramada por um sistema colonizado pelas aparências. Nós
somos os bichinhos de estimação da história repetida neste looping infinito. Somos
corruptos e corruptíveis também! Este fato provavelmente é o mais irritante. Sermos
enganados constantemente vem em segundo lugar, principalmente quando o termo Reservatório
de Boa Vontade é deturpado e se transforma em fundos monetários para comprar
mandatos e mandados. Ah, claro, e pessoas! Neste bombardeio vamos nos perdendo,
afundando nas poças, nos afogando em dívidas do status quo e acabamos sem ar procurando o fôlego no vácuo com a
corda no pescoço. Odiamos-nos e nós odiamos e por qual motivo mesmo?
A
resposta é apenas uma escolha ou a forma de encarar os acontecimentos? Estamos fazendo
algo de verdade? A confusão parece toda esta cortina de fumaça lacrimejando nos
olhos de um holocausto previsto, mas como um tsunami da natureza: impossível de
evitar. Podemos sim prevenir, ou melhor, reduzir os danos. Não estou falando de
fantasia, ficção, ilusão ou ilusão. Vá ao dicionário e confirme: falo de uma
combinação incongruente de elementos diversos, também conhecido como quimera. Esta
quimera brasileira incrivelmente se realiza no cotidiano. São planos e mais
planos, fatos e mais fatos sem qualquer obra do acaso porque às vezes gostamos
de enfatizar: é óbvio ou, então, não sou obrigado! Este jogo de
palavra leva a outras obviedades e ninguém ser obrigado a saber de tudo, a
falar sobre este ou aquele assunto tem suas consequências, mas a paz tem seu
preço.
Nós somos meros adereços enquanto não tomarmos consciência
da nossa história, dos movimentos realmente adiantando para alguma coisa... Não
podemos viver só em guerra, por isso, morremos tanto e dolorosamente aos
poucos. Fomos divididos para facilitar e repercutimos a divisão. Só a união
fortalece. Apenas braços dados e abraços aquecem mandando embora o medo e a
dúvida sobre quem nos tornamos. O Brasil é uma Pátria de todos, mas para esta
frase de efeito ser realidade nós precisamos procurar nossa paz e hastear a bandeira
branca para eliminar os conflitos internos ou continuaremos a ser Pátria de
Ninguém!
2 comentários:
Infelizmente temos q sangrar.
Ruim e não saber por qto tempo.
Nós somos meros adereços enquanto não tomarmos consciência da nossa história, dos movimentos realmente adiantando para alguma coisa... ! Parabéns pelo texto!
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