por
Rafael Belo
Todos
se foram. Deixaram-me aqui no fim do jogo. Eles pararam de jogar. Eu não queria
ter começado, mas me viciei neste lance de experimentar. Não ficar presa a uma
relação e poder entrar em todas as paranoias destes homens no fundo sempre
querendo controlar, se dar bem... Em algum momento há a queda, não há quem
fique para sempre em pé. O jogo sempre foi assim, mas bem na minha vez mudaram
as regras... Nunca aceitaram mulheres jogarem também, porém fomos nós as criadoras
do jogo e enquanto os homens se achavam artilheiros pegadores, nós
colecionávamos os troféus. Quantos aqui sairão reabilitados? Quantos vão se
acostumar à monogamia de verdade?
Queria
minha liberdade e acabei em mais uma prisão. Certo! Eu tenho a percepção deste
jogo também ser um ciclo de correntes. Digo isso alto e entre dentes... Acabo
com raiva de mim. Claro! Seria mais fácil pegar um carinha qualquer e sair do
foco das fotos, dos boatos, das fofocas, mas só o começo vai bem depois desanda
a mesmice, aos mesmos comportamentos com variação e personalidades criativas
para desculpas... Eu quero ser o sol, principalmente quando nasce e se põe, mas
assim me sinto escondida e agora... Abilie Ariete na clínica Seja Sincero? Não,
não, não, nãonãonão... Sempre fui sincera e honesta. Só não dizia nada além do
necessário... Falando assim... É... Admitir é um dos passos!
Faço
meu querer meu foco. Toco os matches
querendo se apegar quando diziam não. Os testes só provam o contrário: eles
querem exibir um mulherão. Depois se enciumam dos olhares, das invasivas
cantadas, das abusadas investidas... Inventam absurdos quando os rejeitamos.
Ok, vamos! Não somos santinhas, também inventamos. Também queremos ter aquele
coringa para voltar quando nos sentimos mais sozinhas, mais vulneráveis, quando
choramos... Somos instáveis, bom digo por mim, no entanto eles são ainda mais...
Estátuas de sais, mas nem nós nem eles somos vitais. Nenhum de nós, não mais...
Se
for admitir, só somos essenciais quando nos damos importância e damos
importância para alguém. Exagerei muitas vezes, normal... Não é? Admita também...!
Vai! Quem não quer ter o poder de escolher? Se há problema com rejeição... Trabalho
para não ser rejeitada, mas às vezes falha e dói... Como dói! Quantas pessoas
estão aqui nesta clínica? Meu Deus! Vão embora! Não podem me obrigar a sair do
meu quarto. Não vou interagir com mais ninguém. Só tem homens aqui! Onde estão
as mulheres? Onde?! Só me digam!! Ei! Ei! Ei! Mas, não me deixem só! Não
precisa disso! Quantos dias terei de ficar aqui? Quantos? Quantos? Alguém me
responda, por favor... QUANTOS!??
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