segunda-feira, janeiro 29, 2018

massa de manobra






por Rafael Belo
As notícias podem nem ser tão novas assim e certamente não são boas. A abordagem é a mesma e a forma de desenvolver o conteúdo também. O medo se espalha e nos torna pessoas irracionais, delirantes e capazes de qualquer coisa. Os bons selvagens sempre retornam. Aprendemos a nos dar tanta importância que qualquer comportamento diferente do nosso não só nos desagrada, mas nos torna violentos e queremos eliminar o acontecido, a pessoa… Imagina?! Ainda nos dizemos seres racionais.

Não sabemos a real gravidade da febre amarela transmitida apenas pelo mosquito e não pelos macacos sendo dizimados. Este ano eleitoral vem com novas teorias da conspiração e é certo que quanto mais informações consideradas pelos poderes negativas forem dissimuladas, melhor. Esta é uma teoria da conspiração? Enfim, a violência se espalha gratuitamente e o medo é quem comanda. A desculpa perfeita para não ajudar o próximo porque ele pode estar mal intencionado.

Qual o resultado disso tudo? Ficamos extremamente feridos, ressentidos, encolhidos em nós mesmos, carentes e desaprendemos a Amar. Vivemos pra esquecer. Sobrevivemos mecanicamente insatisfeitos e ingratos. Vamos feito montanha russa em uma alteração de humor de minuto a minuto, diária… Só reconhecemos aquilo que queremos e desconhecemos o restante. Nós sabemos bem ser vítimas e negar… A febre amarela pode matar tanto mas não mais que nossa ignorância, nossa falta de afeto, de ter a capacidade de aceitar o outro e não falar da boca para fora o entender.


Somos violentos de tantas formas diferentes e sempre achamos uma desculpa para ser. Somos sensíveis e também delirantes. Imaginamos coisas mirabolantes quando tudo pode ser tão simples como o silêncio ou o início de uma conversa. Não sabemos o efeito que causamos, mas somos donos de apontar o efeito que os outros causam em nós. Aí volto a pensar na loucura instalada em São Paulo, nas consequências dos acontecimentos e o quanto é fácil fazer o foco das coisas mudarem para moldar a massa de manobra que somos. O pior disso tudo é quando achamos estarmos pensando e agindo livremente nos tornando ainda mais perigosos.

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