por Rafael Belo
A gente é separado assim mesmo. Se fosse junto ia ser investigação provável ou caso de saúde, mas também de prisão. Enfim, somos indivíduos e como já foi tanto dito significa indivisível. Não nos dividimos. Somamos, diminuímos, multiplicamos, mas nada de nos dividir. Aliás, estou falando de relações. Temos a constante mania de controle do outro, de planejar as coisas e pensar que o outro é obrigado a aceitar. Uma hora ou outra a gente se pega assim com um misto de raiva e medo, mas nem é do outro. Se não sabia, saiba agora: é de nós mesmos.
O trouxismo é muito próximo do sadomasoquismo e a milhas e milhas distantes do amor-próprio. Mas, não se tratar de ser trouxa porque, pensando bem, é bem próximo da sinceridade sentimental. A pessoa dá tudo de si e a outra parte da relação, nem 5%. Aí o trouxa não é a primeira pessoa… Enfim, quando estamos em uma relação amorosa nós estamos conhecendo a pessoa um pouco mais e não? Bom, apressar qualquer coisa acaba dando ruim mesmo… Como escrevia, estamos conhecendo a pessoa um pouco mais, mas já sabemos o básico.
Sabemos como ela se comporta, qual a personalidade dela e insistimos em mudanças, insistimos ser fase, insistimos em insistir… Isto está mais para esperança a paixão e amor. A gente nega, agente investiga, a gente ouve nossa intuição, agente abala a saúde, a gente cria expectativas… Somos humanos. É óbvio. Não existe sem coração ou coração frio. Está mais para sabotagem, medo, raiva e desconexão. Li recentemente que a/o ex só troca de corpo se não seguirmos em frente…
A gente nunca segue em frente porque não entende que mesmo juntos somos separados, somos indivíduos como já dito e precisamos do nosso espaço ainda se formos um casal apaixonado ou comemorando bodas de diamantes… Precisamos ser nós mesmos sempre e falar. Guardar sentimentos, assuntos, temer falar qualquer coisa é estremecer ou acabar com uma relação, é adiar o inadiável... Temos medo da felicidade porque temos medo de perde-lá. A gente demora a entender que há agentes juntos dispostos a separar quem publica e esbanja felicidade. Claro, não há necessidade de esconder, mas também não há nenhuma necessidade de fazer do particular um evento diário público.
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