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Muros de vento
As areias cobrem o meu desamparo nas sobras da minha terra, do meu espaço desconhecido. Um pedaço de terra chamado meu sem ninguém além de eu reconhecer. Vago por elas inóspito e elas sem água. Sou sombra deste sol retaliador arrebatando minhas costas com o calor infernal cercado de deserto. Me arrebenta a boca seca rachada de desidratação dolorida. Sou pó deste chão de areia escaldante me engolindo. Sou ninguém.
Venho daqui. Deste pedaço de nada que é tudo pra mim. Sem ele me sinto perdido como estou. Como se não existisse sem um lugar para me orgulhar e chamar meu. Mesmo que vivam me dizendo que meu lar está no meu coração, não sinto assim. Sinto meu coração vazio. Vazio diferente deste vazio desta terra de areia. Meu sangue foi derramado aqui e das minhas gerações passadas é uma herança que dizem ser de todos, mas todos não se sentem como eu.
Estou em cima do meu castelo de areia e começa a ventar muito. É uma tempestade. Às vezes acho que só uma grande guerra me devolverá este pedaço de chão e outras não agüento ver tantas mortes intermináveis. Não desejo dinheiro, carros, luxos... Só o meu lugar e não deixo de me perguntar por que aqui? Mas me contento silenciosamente com o que Deus me deu mesmo que tenha que conquistar, mesmo que tenha que pegar em armas. Quero um futuro para os meus.
Por que me perguntam se sei quais são palavras só minhas e de Deus? Não me torturem com o inexplicável. Não me justifico através Dele nem por meio de nada. Como um ser humano pode viver sem um lugar. Quero minhas raízes de volta. Sem elas não sou livre para ir e vir. Não tenho de onde sair. Não tenho direito de julgar e de matar... E se tivesse não conseguiria conviver comigo mesmo pela feitura de tais coisas além de minhas mãos.
Irmãos brigam entre si desde o ventre. Caim e Abel revelados na briga bíblica. Esaú e Jacó não só bíblico como também machadiano. Pedro e Paulo do livro de Machado de Assis se batem ainda na barriga da mãe. Somos bem e mal só temos escolhas e caminhos. Porém algo ainda me diz que todos estes infindáveis caminhos levam ao mesmo destino a diferença está na absorção das experiências e dos erros praticados. Minha terra está no fim desta trilha de tempestades desérticas, mesmo que as areias cubram o meu desamparo nas sobras da minha terra.
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Muros de vento
As areias cobrem o meu desamparo nas sobras da minha terra, do meu espaço desconhecido. Um pedaço de terra chamado meu sem ninguém além de eu reconhecer. Vago por elas inóspito e elas sem água. Sou sombra deste sol retaliador arrebatando minhas costas com o calor infernal cercado de deserto. Me arrebenta a boca seca rachada de desidratação dolorida. Sou pó deste chão de areia escaldante me engolindo. Sou ninguém.
Venho daqui. Deste pedaço de nada que é tudo pra mim. Sem ele me sinto perdido como estou. Como se não existisse sem um lugar para me orgulhar e chamar meu. Mesmo que vivam me dizendo que meu lar está no meu coração, não sinto assim. Sinto meu coração vazio. Vazio diferente deste vazio desta terra de areia. Meu sangue foi derramado aqui e das minhas gerações passadas é uma herança que dizem ser de todos, mas todos não se sentem como eu.
Estou em cima do meu castelo de areia e começa a ventar muito. É uma tempestade. Às vezes acho que só uma grande guerra me devolverá este pedaço de chão e outras não agüento ver tantas mortes intermináveis. Não desejo dinheiro, carros, luxos... Só o meu lugar e não deixo de me perguntar por que aqui? Mas me contento silenciosamente com o que Deus me deu mesmo que tenha que conquistar, mesmo que tenha que pegar em armas. Quero um futuro para os meus.
Por que me perguntam se sei quais são palavras só minhas e de Deus? Não me torturem com o inexplicável. Não me justifico através Dele nem por meio de nada. Como um ser humano pode viver sem um lugar. Quero minhas raízes de volta. Sem elas não sou livre para ir e vir. Não tenho de onde sair. Não tenho direito de julgar e de matar... E se tivesse não conseguiria conviver comigo mesmo pela feitura de tais coisas além de minhas mãos.
Irmãos brigam entre si desde o ventre. Caim e Abel revelados na briga bíblica. Esaú e Jacó não só bíblico como também machadiano. Pedro e Paulo do livro de Machado de Assis se batem ainda na barriga da mãe. Somos bem e mal só temos escolhas e caminhos. Porém algo ainda me diz que todos estes infindáveis caminhos levam ao mesmo destino a diferença está na absorção das experiências e dos erros praticados. Minha terra está no fim desta trilha de tempestades desérticas, mesmo que as areias cubram o meu desamparo nas sobras da minha terra.
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