Por Rafael Belo
Não era como antes e antes foi ontem. Plena manhã ônibus lotado, mas, havia algo diferente. Nada místico, bastava olhar com atenção. Mais pessoas em pé do que sentadas... Ahá... E daí, certo? Errado. Haviam lugares e não eram poucos. Eu estava em pé até a quantidade de bancos livres ultrapassar de pessoas não sentadas. Como “andaria” muito até meu destino sentei. O ar cheira psicologia. Psicologia de ônibus.
Psicologia de ônibus
Benditos sejam os celulares e a consciência. Nem sempre se encontram. Certo... Poucas vezes. Olhando bem pelo ônibus costumam ser companhia para quem está sozinho – e quem não está? – na viagem de um ponto a outro da cidade. Ontem sentei atrás de uma psicóloga de coletivo fazendo terapia de casal com a parte feminina do assunto, bem a mulher para ficar bem claro. Tinha jeito e cara de estudante poderia ser, mas pela altura que falava tratava da amiga.
Muito bem vestida. Um vestido verde grama de noite com alguns belos decotes nas costas e nos seios. Bonita também com belas pernas e um sapato preto aberto com um grande salto. Sentada de lado com o cabelo caído na testa sobre um dos olhos castanhos claros, ela gesticulava e jogava para trás os cabelos a todo instante. “Esqueça o que passou. Passou! Agora que vocês voltaram não adianta ficar jogando o que um fez o que outro fez na cara.”
Bom argumento (?). “Se for assim é melhor nem voltar. Vai acabar de novo! Traição é sério, mas, vocês se gostam e isso tem que ser mais forte. Vocês merecem esta chance que estão se dando.” Traição? Será a psicóloga de coletivo acadêmica? Ela me parece com medo de ficar sozinha – é um complexo feminino? Não os homens também têm – há algo de experiência pessoal nestes conselhos. Hum... Nenhuma aliança... Pode ser... É, é possível sim. Como vou saber?!
Distanciei-me um pouco do divã alheio e penso comigo que a base de um relacionamento – seja ele qual for – é confiança. Mas, o mais importante não é perdão ou seria tudo Amor? “Ele traiu só isso? Uau! Não! Não faça isso. Não diga quantas vezes você o traiu... Bom diga isso. Ele não sabe quase nenhum fica na sua. Se ele souber vocês não vão conseguir voltar...!” Mudaram de assunto. Namoro, promiscuidade... O que eu tenho a ver com isso.
Desliga e tenta ligar para várias pessoas o restante do tempo que permanece no ônibus. Para a amiga havia dito estar perto de casa e já estar descendo, o que aconteceu mais de meia-hora depois. O que eu tenho com isso?!
- Oi!, digo o mais simpático possível. Recebo um sorriso gostoso de volta e desconfiado. Ela se levanta para descer.
- Como está sua agenda amanhã?, Pergunto e ela me dá um outro sorriso com a diferença deste ser interrogativo.
Ela desce. Eu me penduro na janela e falo alto sorridente: - Amanhã na mesma hora e quase no mesmo lugar. Só com a diferença de eu sentar no divã. Foi um prazer! – ela fica parada me olhando como se não tivesse acontecido e o coletivo segue.
Benditos sejam os celulares e a consciência. Nem sempre se encontram. Certo... Poucas vezes. Olhando bem pelo ônibus costumam ser companhia para quem está sozinho – e quem não está? – na viagem de um ponto a outro da cidade. Ontem sentei atrás de uma psicóloga de coletivo fazendo terapia de casal com a parte feminina do assunto, bem a mulher para ficar bem claro. Tinha jeito e cara de estudante poderia ser, mas pela altura que falava tratava da amiga.
Muito bem vestida. Um vestido verde grama de noite com alguns belos decotes nas costas e nos seios. Bonita também com belas pernas e um sapato preto aberto com um grande salto. Sentada de lado com o cabelo caído na testa sobre um dos olhos castanhos claros, ela gesticulava e jogava para trás os cabelos a todo instante. “Esqueça o que passou. Passou! Agora que vocês voltaram não adianta ficar jogando o que um fez o que outro fez na cara.”
Bom argumento (?). “Se for assim é melhor nem voltar. Vai acabar de novo! Traição é sério, mas, vocês se gostam e isso tem que ser mais forte. Vocês merecem esta chance que estão se dando.” Traição? Será a psicóloga de coletivo acadêmica? Ela me parece com medo de ficar sozinha – é um complexo feminino? Não os homens também têm – há algo de experiência pessoal nestes conselhos. Hum... Nenhuma aliança... Pode ser... É, é possível sim. Como vou saber?!
Distanciei-me um pouco do divã alheio e penso comigo que a base de um relacionamento – seja ele qual for – é confiança. Mas, o mais importante não é perdão ou seria tudo Amor? “Ele traiu só isso? Uau! Não! Não faça isso. Não diga quantas vezes você o traiu... Bom diga isso. Ele não sabe quase nenhum fica na sua. Se ele souber vocês não vão conseguir voltar...!” Mudaram de assunto. Namoro, promiscuidade... O que eu tenho a ver com isso.
Desliga e tenta ligar para várias pessoas o restante do tempo que permanece no ônibus. Para a amiga havia dito estar perto de casa e já estar descendo, o que aconteceu mais de meia-hora depois. O que eu tenho com isso?!
- Oi!, digo o mais simpático possível. Recebo um sorriso gostoso de volta e desconfiado. Ela se levanta para descer.
- Como está sua agenda amanhã?, Pergunto e ela me dá um outro sorriso com a diferença deste ser interrogativo.
Ela desce. Eu me penduro na janela e falo alto sorridente: - Amanhã na mesma hora e quase no mesmo lugar. Só com a diferença de eu sentar no divã. Foi um prazer! – ela fica parada me olhando como se não tivesse acontecido e o coletivo segue.
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