por Rafael Belo
Não havia cadeado,
chaves, cartão magnético, nem qualquer código secreto... Este parecia o
segredo. Eram palavras comuns se repetindo. Apareciam nos olhos de Branca. Piscando.
Ela foi até a neurologistas e psicólogos. Os primeiros não encontraram nada e
os segundos viam muita profundidade... Bem Branca estava impaciente e não era
assim mesmo? Afinal, certamente os psicólogos tinham razão.
Desde então, Branca
andava mais prestando atenção em si. Estava sempre de olhos fechados apesar de
abertos. Às vezes sorria com aquele ar de desvendando mistérios. Agora vivia
certamente luminosa, porém, falava menos. Era uma das dez mais faladeiras do
bairro e estava cotada a disputar as dez mais da cidade... Agora tão silenciosa...Todos
sussurravam: Branca tem algo a esconder.
Na verdade não tinha.
Branca poderia ser um livro aberto. E foi... Mesmo assim inventavam tudo. Não queriam
acreditar na clareza das pessoas. Assim, Branca parecia até outra. Tanto...
Mais tanto... Acabou sendo. Talvez estas palavras fossem ela pedindo ajuda.
Ainda não entendia, mas primeiro mesmo apareceram imagens. Cadeados, chaves, códigos...
A palavra segredo...
Então, começaram as
palavras como neon na noite. Branca decidiu jogar luz para ofuscar e criou
sombras. As alongou. Foi o suficiente para as fofocas acabarem. Mas não
ficariam sem um apelido dúbio. A chamavam de misteriosa. Branca tinha seu
próprio sorriso de Monalisa, seu preciso olhar de ressaca de Capitu. Mas, é
claro... O povo continuava a fofocar, a inventar. E Branca... Branca nem ligava
jogava sua luz e sombras ao seu gosto e além disso, estava destrancada.
Um comentário:
Além disso estava destrancada.....muito bom....mamys
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