por Rafael Belo
No
fim de uma fila imensa uma humilde senhorinha esperava. Isolada, com o também
idoso marido, ninguém perguntava nada nem parecia se importar. Depois de
dezenas de anos trabalhando a deixavam na mentira e ignorância. Primeiro entrou
na fila para exigir o direito da poltrona reservada para idosos em viagens
intermunicipais, então inventaram uma história de ter que solicitar com meses
de antecedência e depois negaram que havia alguma. Foi quando voltou a entrar
na fila...
O
Estatuto do Idoso deixa claro que toda pessoa com idade mínima de 60 anos com
renda igual ou inferior a dois salários mínimo pode exigir este direito também
garantido pela lei 10.741/2013. Caso o ônibus esteja lotado é possível comprar
passagem com 50% do valor. Ainda reforçam a garantia o Decreto nº 5.934/2006 e
a Resolução ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre).
Nós
vivemos nestas filas desorganizadas e desumanas tendo de exigir nossos direitos
(se soubermos). Um tremendo desrespeito que parece piorar se chegamos aos 60. Certas
pessoas parecem viver da necessidade de desinformar, ou simplesmente ser
mal-intencionado. Refletem o caráter ou a ignorância com extrema eficácia e,
muitos, dos apressados nas filas nem querem saber do direito do outro e acabam
por ajudar a negá-lo.
Hoje
mesmo, em plena Praça da República, pude reparar nas divergência das pessoas no
movimentando inverno paulistano. Enquanto esperava e intercalava uma página
lida com uma olhadela ao meu redor, diversas pessoas vieram pedir informação
sobre locais e vi nos olhos e expressões corporais de outros a vontade de
desinformar e se aproveitar da situação, principalmente, quando uma adolescente
veio me perguntar a localização de uma agência bancária...
Fui
cumprimentado por um grupo de roqueiros em busca da Galeria do Rock trajando
fielmente os panos do heavy metal do Iron Maiden. Idosos, idosas e mulheres
também me pediram localizações. Quando sabia indicava com todas as referências,
quando não... Você se pergunta o motivo de eu tocar neste assunto? Bem, a
poucos passos de onde eu estava (em frente ao metrô) existe um Centro de Informação
ao Turista... Quase fui até lá perguntar o porquê, mas bem na hora minhas
companhias chegaram.
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