perdeu-se das migalhas espalhadas pelo caminho
tornou-se aquele mesmo que não era ele
mastigou seu dom como pão amanhecido
de muitas manhãs sonhadoras endurecido
envelhecido pelo acelerar do arrastado tempo
vento dentro da ampulheta misturando o dia as horas
a vida
de repente o conteúdo escapa e o homem-máquina
já nem aproveita o motivo de trabalhar pausa
dramática
dignidade e respeito já perderam a definição
nas fileiras incontáveis do fim do mês há tantas de
escravidão.
(Rafael Belo, às 22h09,
segunda-feira, 1º de junho de 2015).
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