por Rafael Belo
As teorias da conspiração nunca se
cansam. Estão sempre nos cercando, puxando, empurrando, inundando as
programações televisivas, radiofônicas, jornais, web e redes sociais. Ficamos uma
espécie impossível de especialistas superficiais sobre tudo induzidos por um
tipo de jornalismo que se alastrou e, infelizmente, parece prevalecer. As situações
e acontecimentos não estão sendo noticiados para pensarmos por nós mesmos, vêm
com intuições e direções já formadas. Não há um balanço de opiniões divergentes
e um relato, há fatos divulgados como absolutos e irrefutáveis compartilhados
mais rápidos que a reflexão. Vivemos de repetição!
É como se não fôssemos mais capazes
de sequer subir nos muros. Ficamos parados em muretas, sentados, amassando o
matagal formado em volta, sem olhar os reflexos e compartilhando uma opinião pinçada
em alguma matéria fincada em uma plataforma dita de credibilidade como Globo,
G1, Estadão, Veja... Quando ainda era estudante de jornalismo fazia algo que
não faço mais com tanta frequência: assistia todos os noticiários, lia todas as
revistas e jornais para formar minha opinião sobre um assunto, seja qual fosse...
Somos, obviamente, humanos e é humanamente impossível ser 100% qualquer coisa,
principalmente isentos.
Temos nossos gostos, gestos, valores
e tendências, portanto, quando falamos sobre um assunto, e queremos
credibilidade, citamos muitas plataformas e fontes para acreditarem mais na
gente, para o que dissemos seja levado em consideração. Analisando bem, as
pessoas querem ter razão, não basta ter a palavra e serem ouvidas, há de se dar
a palavra final, aquela que fica e é considerada a verdade. Seria mais uma
teoria da conspiração queremos ter sempre razão ou só mais uma repetição maçante
nos fazendo acreditar nisso?
Nem sempre há só uma resposta ou há
respostas, mas vivemos nesta privação de sentidos buscando o eterno Arquivo X
insistindo que a verdade está lá fora, que tudo tem explicação... Mas, não...
Nossa prática é ouvir, mas ainda somos intolerantes e queremos intervir mesmo
com fragmentos de informações, nos deixamos ser tomados por emoções ainda mal
construídas, mal elaboradas, sustentadas nestes castelos de areia feitos dentro
de furacões. Podemos pensar e assim deveríamos... Não é nossa maior diferença pensar, refletir? Nós
somos a conspiração!
Um comentário:
Muito bom texto...devemos sempre refletir e antes de comentarmos ver todas as fontes!
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