segunda-feira, maio 07, 2018

abraçar é viver



por Rafael Belo

Nada custa um abraço. Um abraço não custa nada. Só abrace. Há tantas formas de se abraçar e é totalmente grátis. Esta gratuidade muda humores, muda dias, muda vidas... E tantas boas coisas nascem daí, inclusive o brotar de um sorriso. É tão gostoso um bom abraço, mas às vezes nem cumprimentamos as pessoas ou mal encostamos nelas. Criamos um distanciamento e dizemos nos contentar com nosso próprio abraço. Nós nos bastamos? É isso? Ou nos abraçamos?

Eu não me basto hoje, não me  bastei ontem nem me bastarei amanhã. Eu me abraço e procuro abraçar por aí. Eu vejo o quanto tememos, às vezes, um simples abraço. Precisamos nos relacionar ou enlouqueceremos de vez. Guardamos tantas coisas desnecessárias, tantos sentimentos prejudiciais, tanto passado nos acompanhando que adoecemos. A mente adoece, o corpo adoece, o coração adoece… Adoecidos os abraços parecem ou necessários ou um lembrete da nossa carência e fragilidade. Então, criamos esta realidade em falência múltiplas dos órgãos e sentimentos tão voláteis que tudo é confusão, depressão e explosão nesta variação diagnosticada como ausência de carinho.

Há abraços tímidos, abraços de um braço, abraços de lado, de cabeça, e um lista estranha  de abraços, mas li em algum lugar de origem perdida na minha desmemória que um simples bater de palmas é sinal de apreço pelo outro, de que você está abraçando uma pessoa e vice-versa. É uma energia total, indisfarçável trocada ali, nas palmas, no brilho do olhar, naquele momento guardado pela pele, pelo corpo, na memória cinestésica associativa e sinestésica fundindo até o mundo em sentimentos. Mas, é claro que aceitar e retribuir o abraço faz parte da troca porque alguém pode estar com a energia negativa totalmente pesada naquele momento…

Eu digo abrace. Com palavras, na ausência delas… Em certa época de mim, evitava até cumprimentar as pessoas ou em certo momento do dia… Mas aprendi que sair de si é tão essencial quanto o processo inverso. Torna tudo mais leve. Gratuitamente. Ok. Pode custar algo. Pode custar orgulho, vaidade, a autorretirada da zona de conforto, um incômodo… Porém, vale à pena pagar. Pode ser à vista ou à perder de vista… O carinho, o afeto, o abraço precisam estar presentes porque sem eles o porquê de nos sentirmos de determinada maneira é guardado e deixamos de nos expressar. Expresse-se! Venha cá e me dê um abraço!

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