quarta-feira, novembro 19, 2008

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Acho...?!

Foi por último. Os olhos a procuraram desde o início da tarde antes do banho até o fim da noite depois da despedida. Conversar? Só na segunda vez... Ele sempre deixou o melhor para o fim para apreciar mais, para não passar do querer logo de cara.

Os livros, de quatro comprados, o melhor ficava na expectativa. O que tornava os outros melhores do que eram, mas, nada se comparava ao último livro. Ele sabe se deliciar aos poucos. Pedaço por pedaço daquele chocolate vai à câmera lenta da mão para a boca, é preso nos lábios, apoiado pela língua salivada e só então, os dentes começam a afundar detalhe por detalhe.

Não foi ao acaso a conversa com todas as amigas dela e duas semanas depois trocar (neste instante) pequenas palavras pelo encantamento total por ele esperado. Os olhos nada mais procuravam se encontravam bem rente na inexistência da distância se afastando.

Ele está vestido de boina. Um azul virado para trás escrito OUSADIA. Está também com um verde mar quando o sol se põe surrado, tanto camiseta quanto bermuda e um all star desfiado de ambas as cores. Ela de preto como os próprios cabelos, com médias conchas nas orelhas, saia jeans um dedo acima do joelho e sandálias pretas abertas. Está quente e mesmo assim suave! Tudo!

Ele lhe pega os pés, coloca no colo e massageia como se tirasse as dores do mundo, a olhando na noite dos olhos dela: cheios de estrelas e uma lua cheia. As palavras estão repousadas sem precisarem se incomodar. É o silêncio perfeito no encontro do toque!

O rosto dela se aproxima. A mão direita dela se encontra com a boina. Não é carinho... As palavras são incomodadas:

- O teu querer está debaixo da boina?!

Ele se distanciou como trovões no fim da chuva. Ela como um último raio, caiu:

- Acho que sempre te quis!

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