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“Sim”
Meus olhos já viam luzes e escuridão. Me considerei cego. Esfregava os olhos, nada mudava. Havia explicação e tenho nome, Silvio. Minha cegueira era de paulista (que no Houais significa teimoso) e sou do interior de São Paulo. Me chamavam de Vio, também porque via demais. Fiquei horas teclando e a claridade do computador levou minha visão. Mesmo assim, ainda ficava na frente da tela digitando como se enxergasse.
Depois deitei dormi e continuei a ver luzes e escuridão. Agora ambas piscavam. Toda minha cabeça piscava e não conseguia mais comer. Doía e tinha ânsia. Rezei para que o sono atrasado, agora em recuperação, resolvesse. Foi uma tarde... Desperdiçada! Alguns flashes me posicionavam no tempo e espaço, mas, já não raciocinava direito e não entendia.
Vio, retardou. Não tinha a ver apenas com o computador, aliás, muito pouco tinha a ver com a tecnologia. Quando criança ele procurou a cegueira, encontrou anos depois os óculos. Ano a ano sua visão piorava, seus graus aumentavam, então no auge dos 17 anos, mal falava. Se remoia em depressão e culpa. Era um fardo indesejado em um canto solitário.
Na própria mente, não imaginava mais. Não sabia o que era a vida, desde que olhou até sentir queimar, para o sol. Era rejeitado por si. Ouvia ainda. Mas, não sabia se era ele quem desejava ou os outros. “Viver sem ver é a morte, morra”. Ele entendia isso, inexplicavelmente. Não entendia mais nada. Como ficou assim? Nem sonhava mais... Havia uma raiva dentro dele.
Ele ainda sentava na frente dos teclados e ficava olhando só para as teclas. Digitava. Era um impulso. Diário. Atrás dele uma janela de quatro andares. Janela baixa l estava vazio, mas, as vezes aparecia algo com sentido na tela e as pessoas se perguntavam: “Vio, é realmente cego retardado?”. Uma vez e unicamente ela, ouve uma resposta final. Estava escrito:
- “Sim”. Lá embaixo as pessoas gritavam e olhavam para cima.
Meus olhos já viam luzes e escuridão. Me considerei cego. Esfregava os olhos, nada mudava. Havia explicação e tenho nome, Silvio. Minha cegueira era de paulista (que no Houais significa teimoso) e sou do interior de São Paulo. Me chamavam de Vio, também porque via demais. Fiquei horas teclando e a claridade do computador levou minha visão. Mesmo assim, ainda ficava na frente da tela digitando como se enxergasse.
Depois deitei dormi e continuei a ver luzes e escuridão. Agora ambas piscavam. Toda minha cabeça piscava e não conseguia mais comer. Doía e tinha ânsia. Rezei para que o sono atrasado, agora em recuperação, resolvesse. Foi uma tarde... Desperdiçada! Alguns flashes me posicionavam no tempo e espaço, mas, já não raciocinava direito e não entendia.
Vio, retardou. Não tinha a ver apenas com o computador, aliás, muito pouco tinha a ver com a tecnologia. Quando criança ele procurou a cegueira, encontrou anos depois os óculos. Ano a ano sua visão piorava, seus graus aumentavam, então no auge dos 17 anos, mal falava. Se remoia em depressão e culpa. Era um fardo indesejado em um canto solitário.
Na própria mente, não imaginava mais. Não sabia o que era a vida, desde que olhou até sentir queimar, para o sol. Era rejeitado por si. Ouvia ainda. Mas, não sabia se era ele quem desejava ou os outros. “Viver sem ver é a morte, morra”. Ele entendia isso, inexplicavelmente. Não entendia mais nada. Como ficou assim? Nem sonhava mais... Havia uma raiva dentro dele.
Ele ainda sentava na frente dos teclados e ficava olhando só para as teclas. Digitava. Era um impulso. Diário. Atrás dele uma janela de quatro andares. Janela baixa l estava vazio, mas, as vezes aparecia algo com sentido na tela e as pessoas se perguntavam: “Vio, é realmente cego retardado?”. Uma vez e unicamente ela, ouve uma resposta final. Estava escrito:
- “Sim”. Lá embaixo as pessoas gritavam e olhavam para cima.
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2 comentários:
seu próprio "ensaio sobre a cegueira"
ótimo texto, belo blog, seja bem vindo no meu espaço também =)
sopros de luz
=***
Obrigado, linda! Depois que escrevi pensei cegamente :D. Meu espaço=seu espaço beijos de estrelas +***
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